Blondie, a Marilyn Monroe do rock

Debbie Harry, nascida Angela Trimble, era obcecada por Marilyn Monroe. Por ter sido adotada, na sua imaginação era filha biológica da atriz (uma lenda urbana perseguiu sua trajetória pois alguns biógrafos sabem que Marilyn teria colocado um bebê para adoção quando jovem, mais ou menos na época do nascimento de Debbie, mas não há relação entre as duas). Em comum, o loiro platinado e uma sensualidade nata que encantou gerações. Marilyn, no cinema e Debbie, na música.

Vocalista da banda Blondie, um dos mais bem sucedidos grupos punk-rock americanos dos anos 1970s, Debbie era copiada e adorada. Seu rosto, imortalizado pelo amigo Andy Warhol, é um dos ícones pop mais conhecidos e reproduzidos de todos os tempos. E foi feito justamente por inspiração do quadro que ele fez de Marilyn Monroe.

A banda surgiu em 1976, quando Debbie e o guitarrista Chris Stein se conheceram. Tocavam no circuito indie de Nova York, o que incluía o CBGB. Logo conseguiram assinar com uma gravadora e Heart of Glass os ajudou a ganhar notoriedade.

Rapidamente Debbie Harry virou uma das mulheres mais famosas e admiradas no mundo, figura frequente em festas, Studio 54 e revistas. Maravilhosa, ela tinha estilo e charme, mas as drogas, bebidas e ciúmes da atenção em torno da vocalista provocaram o rompimento do grupo, em 1982.

Foi mais ou menos o mesmo período em que Chris Stein desenvolveu uma rara doença autoimune. Debbie permaneceu com ele, porém sete anos depois, quando ele quis casar e ter filhos, ela rompeu o relacionamento amoroso. Permanecem amigos e parceiros profissionais até hoje (ela é madrinha das filhas dele).

Em 1997 Blondie voltou (com formações diferentes), seu último álbum foi lançado em 2017, um ano antes da biografia de Debbie, Face It. Em 2020 tinham anunciado uma nova turnê, mas foi adiada por causa da pandemia.

Vi um show deles em Nova York, em 2009, na recepção da exposição Who Shot Rock & Roll: A Photographic History, 1955 to the Present, o vídeo abaixo.