Em 10 de agosto completam dois anos desde a morte suspeita de Jeffrey Epstein, em uma prisão em Nova York. No entanto, o fato não encerrou nem as investigações nem os processos sobre a rede de prostituição e exploração de menores que ele comandava.

Sua ex-namorada e parceira, Ghislaine Maxwell, ainda tenta responder em liberdade e mantém sua inocência no caso, mas está presa desde julho de 2020, aguardando o julgamento que foi adiado para final de 2021. No meio tempo, mais documentários e podcasts sobre o caso vão se atualizando e muita gente famosa e influente não consegue descansar.

A BBC está produzindo The Fall Of The House Of Maxwell, que vai revisitar a morte também suspeita do pai de Ghislaine, Robert Maxwell, e a cumplicidade da filha com Epstein. A idéia é exibir o documentário – dividido em 3 episódios – em novembro, a data prevista para o julgamento. O advogado das vítimas colaborou com os jornalistas, porém segundo a Page Six, os poderosos e amigos do casal não apenas se recusaram a falar, como estão comprando os direitos das imagens de fotos feitas em eventos públicos para apagar e retirar do mercado imagens que os conectem com Ghislaine ou Epstein. 

Vicky Ward, a jornalista que escreveu o perfil de Jeffrey Epstein para a Vanity Fair, que é sempre apontado como a ponta do iceberg que acabou por colocar luz sobre os crimes dele, também está à frente de um documentário e um podcast que discute a rede controlada pelos dois. Chasing Ghislaine e Epstein’s Shadow: Ghislaine Maxwell, atualizam as investigações e revisitam as circunstâncias ainda não explicadas da ligação entre Ghislaine e Epstein. Segundo Vicky, Ghislaine e Epstein se aproximavam dos poderosos investindo em Arte e Filantropia, fachadas que permitiam que mantivessem suas atividades criminosas sem serem incomodados.

A jornalista do Miami Herald, Julie K. Brown, que escreveu uma série de artigos sobre o caso, assina Perversion of Justice: The Jeffrey Epstein Story, que chega às lojas essa semana. O livro descreve a investigação do caso no qual Epstein chegou a ser condenado, mas que ainda assim conseguiu amenizar na Justiça, antes de ser preso em 2019 e encontrado morto em sua cela.

As sobreviventes querem que Ghislaine e outros envolvidos sejam responsabilizados pelos crimes cometidos por Epstein por décadas.

Atualmente 52 documentos de um outro processo de difamação, que eram sigilosos, estão sendo reabertos e incluídos no processo contra Ghislaine. São testemunhos e relatos registrados em 2016, em que relatam como Ghislaine e Epstein traficavam menores de idade e as exploravam sexualmente.

Ghislaine está sendo acusada de perjúrio e tráfico de menores, tendo agido desde os anos 1990s até pelo menos 2004 para Epstein. Ela pode ser condenada a 40 anos de prisão.