Gerações e gerações foram traumatizadas com a adaptação cinematográfica do best-seller O Exorcista. O anúncio de que a franquia será retomada, animou aos fãs. E, por mais incrível que pareça, a história foi inspirada em uma experiência real. Isso mesmo. Parte do que vimos, foi verdadeiro.
O registro é de 1949, nos Estados Unidos, quando o padre Raymond J. Bishop foi chamado para realizar uma série de sessões de exorcismo em um menino de 13 anos, que teria sido “possuído” depois de brincar com um tabuleiro de Ouija. Raymond precisou da ajuda de outro padre, e todo procedimento foi registrado em um diário. Pelos registros, o padre jesuíta Walter H. Halloran foi chamado para liderar a sessão.
Os dois padres foram respeitosos, mas céticos desde o início quanto à “possessão”. Foi esse o caso que o autor William Peter Blatty usou para criar sua história. Segundo os diários, o colchão da cama sacudia na hora das orações, o menindo, Roland, quebrou o nariz de Halloran durante o processo e que, depois do exorcismo, o garoto seguiu uma vida normal. Porém o caso foi revisto e, em 1993, a conclusão foi a de que embora perturbardo, Roland não foi possuído, era apenas um menino histérico que tinha crises para fugir da escola. Na revisão, a história de que teria mudado a voz e falado latim, eram exageradas também. A história de fato aconteceu em Maryland (onde se passa o filme), mas muitos dos “fatos” foram relatos verbais. alterados de acordo com a fonte.
A história praticamente virou lenda e quando Blatty lançou o livro, há 50 anos, foi um sucesso. Dois anos depois, em 1973, o best-seller virou um fenômendo de bilheteria com o flme O Exorcista. Em 2000, a história de Roland foi a base do filme Possuído pelo Demônio, com Christopher Plummer e Timothy Dalton.
O nascimento de um clássico que fez história
O Exorcista fez de Linda Blair uma estrela e “acabou” com sua carreira também. Foi também um dos filmes americanos pelos quais Max Von Sydow ficou famoso internacionalmente. Ellen Burstyn, ainda não consagrada, foi a única atriz que topou fazer o papel recusado por todas as estrelas da época.
O filme foi lançado em dezembro de 1973 e embora não tenha encantado os críticos, conquistou imediatamente o público. O sucesso de bilheteria contribuiu para que tenha sido o primeiro filme de terror a ser indicado ao Oscar. Aliás, foram 10 indicações, ganhando por Roteiro Adaptado e Melhor Som. É considerado um dos melhores filmes do gênero.
A trilha sonora – espetacular – também fez história. Inicialmente. Lalo Schifrin ia assinar a música, mas seu material foi considerado pesado demais e acabou sendo descartado depois de pronto. O escolhido foi o músico de rock progressivo, Mike Outfield com sua Tubular Bells, aparentemente calma, mas tensa em seu andamento. A trilha de O Exorcista influenciou outros clássicos, como Halloween, mas isso é outra história…