Há lendas e lendas em Hollywood. Tom Cruise faz parte do seleto grupo do topo. Completando 60 anos de vida no dia 3 de julho, o ator é um dos maiores astros do cinema, alguns apontam como um dos últimos. Com uma carreira de mais de 40 anos, Tom estrelou algumas das maiores bilheterias de todos os tempos e, embora ainda não tenha ganhado um Oscar, foi indicado três vezes. Particularmente em 2022, está revivendo uma popularidade que há muito não se via, em especial para alguém do tamanho de Tom, pelo menos no sentido figurado.

Dedicado, intenso, focado, obcecado. Muitas são as definições para Tom Cruise, mas talvez apaixonado seja a mais justa de todas. Dos seus 60 anos de vida, 41 anos foram dedicados ao cinema. Em pelo menos há 43 como uma estrela. Tom lida com sua vida pública com uma tranquilidade ímpar entre seus pares, sem demonstrar mal humor ou sofrimento pelo assédio ou necessidade de dar horas e horas de entrevistas. Para quem já esteve com ele, pelo menos parece ser genuina sua atenção para todos com quem fala. Educado, tranquilo e preciso. Como mesmo explicou na divulgação de Top Gun – Maverick, está vivendo seu sonho de infância portanto nada o incomoda. Se todos fossem como ele!

Tom usa o nome de solteira de sua mãe como sobrenome artístico, na verdade se chama Thomas Cruise Mapother IV. Disléxico, se desacava mais em atividades atléticas, mas um joelho machucado o colocou no teatro da escola, onde logo decidiu seguir uma carreira artística (embora reze a lenda que flertou pensar em ser padre). Sempre organizado, traçou um plano de 10 anos para alcançar seu objetivo. Chegou lá em menos de 5. Velocidade sempre foi seu estilo.

Ainda praticamente adolescente, com apenas 19 anos, fez sua estréia nas com uma ponta em Endless Love, com Brooke Shields, dirigido por Franco Zefirelli. Ficou em Los Angeles, onde dois anos depois conseguiu dois outros pequenos papéis de relevância. Um dos projetos foi o cult clássico da geração dos anos 1980s, The Outsiders, dirigido por Francis Ford Coppola e ao lado de Matt Dillon, Patrick Swayze, Rob Lowe e um dos seus melhores amigos para vida toda, Emilio Estevez. Em seguida ganhou mais falas no drama Taps, onde as estrelas eram dois outros amigos até hoje, Sean Penn e Timothy Hutton.

Em 1985, a comédia adolescente Negócio Arriscado fez de Tom um ator mundialmente famoso (e uma cena clássica, a do ator dançando de cueca, óculos escuros e meias). Estrelou alguns filmes de sucesso moderado, mas, com Top Gun (de 1986) virou ídolo mundial, líder de bilheteria e o maior astro de Hollywood. A partir daí, o ator se dedicou a trabalhar com os melhores atores e diretores, claramente almejando um Oscar, que nunca veio. Teve uma relação próxima com Paul Newman, trabalhou com Dustin Hoffmann, Jack Nicholson, Meryl Streep e Robert Redford, para citar apenas algumas lendas. Diretores como Steven Spielberg e até Stanley Kubrick trabalharam com ele.

Sempre de olho no negócio, Tom Cruise balanceou filmes de arte com ação, mas foi a compra da marca Missão Impossível que fez dele o maior de todos os tempos: mega milionário, adorado e independente. Tanto que se recusou por décadas aceitar uma continuação para Top Gun, apenas em 2016 começou a trabalhar no projeto. Levou uns 3 anos para ficar pronto, mas segurou outros 2, sob enorme pressão, para tê-los nas telas do cinema.

Cinema. Taí a grande paixão do ator, maior do que sua dedicação religiosa ou relacionamentos amorosos. Tom Cruise entende da 7ª arte como poucos e mesmo com uma carreira de quase 45 anos, está longe de parar. Faz comédia, ação ou drama com a mesma empolgação de quem está começando. Sua honestidade é o que mantém sua base de fãs tão fiéis, mesmo em meio de polêmicas. É uma fórmula infalível.

Em 2022, batendo novamente recordes e trabalhando em pelo menos dois filmes da franquia Missão Impossível, Tom Cruise nos dá uma missão irrecusável de ansiar pelo que vem à frente, sempre à frente. Que venham mais décadas de sucesso. Não cansamos não.