Sobre a estreia de House of the Dragon

Estão se multiplicando críticas em todos os sites, instagrams, tik toks da vida… portanto a minha opinião (tentará) ser breve pois não há tanto o que acrescentar diante da febre mundial. Tentarei.

O episódio de estréia de House of the Dragon, depois de uma campanha agressiva e até massiva no mês que o antecedeu, estava com o desafio de não desapontar. O risco já existia pelo peso da franquia, do desapontamento de como Game of Thrones terminou e sim, porque depois de anos de sigilo as imagens, clipes e campanhas em torno da volta dos Targaryens criou uma expectativa perigosa. Em geral, justificou a paixão dos fãs e não decepcionou.

O trecho da história desse prequel é um dos mais fascinantes imaginado para a Dinastia Targaryen, um período histórico de guerra civil na qual o “jogo pelo trono” quase destruiu a família e certamente a enfraqueceu significativamente. É um período em que irmãos matam irmãos, dragões são assassinados e o verdadeiro poder que os assegurava domínio absoluto, praticamente acaba no final do conflito. Em outras palavras, é o momento do começo do declínio.

Para não iniciados, o grande desafio é superar a similaridade dos nomes e rostos dos Targaryens, todos loiros. Os Velaryons, que nos livros não eram, mudaram a apresentação para trazer inclusão essa adaptação não altera. Ficaram loiros para ressaltar que eles, como os Targaryens, são de origem estrangeira, vêm de uma terra chamada Valyria, onde a mágica e os dragões reinavam. No mais, saibam que todas famílias usam as cores de suas bandeiras e repetem seus lemas ad infinitum (pelo menos os Starks e os Lannisters usama os lemas como vírgulas), então rapidamente aprenderão quem-é-quem.

Nesse primeiro episódio ficou claro que, ao contrário de Game of Thrones, as intenções das personagens está clara desde o início. Ninguém duvida da ambição dos Hightowers, por exemplo. Daemon Targaryen, que para os historiadores era um vilão inescrupuloso, também é bem direto: se acha melhor que o irmão, se considera herdeiro e é inconsequente em suas decisões. Ele tem carinho por Viserys I, assim como pela sobrinha Rhaenyra, mas sabemos o que quer.

Rhaenyra está um pouco mais cinzenta, mas será por pouco tempo. Diferentemente da série House of the Dragon, no livro ela não tem nada de Arya Stark, que era uma das personagens femininas que sempre questionou o patriarcado. A princesa sabe que é amada pelo pai, mas também está ciente que seu gênero o compele a continuar tentando ter um herdeiro homem, o que eventualmente custa a vida da amada Rainha Aemma. Portanto a admiração por Nymeria, os diálogos no qual alude ser frustrada por não ser homem… funcionam para trazer os obstáculos de Rhaenyra à tona, mas são algo da série mais do que o livro.

Só ouvimos a voz de Emma D’Arcy, mas Milly Alcock segurou bem. As duas serão comparadas duramente à popular Emilia Clarke, que pôde criar uma Daenerys com independência, mas agora é a referência para as mulheres Targaryen. A Rhaenyra de Milly não é nem doce nem inocente. Consciente de suas barreiras em mundo dominado por homens, ela também circula com a segurança de ser uma princesa adorada pelo pai. É uma escolha interessante – não mostrá-la como “menina”- porque também será importante na “virada” de Rhaenyra.

O primeiro episódio pode ser considerado um sucesso. A fórmula dessa primeira temporada não está na inovação da narrativa. Para os que não conhecem a história, será interessante as surpresas. Para quem já antecipa, ficou claro que será entregue com qualidade.

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