No início da pandemia dois documentários causaram impacto nas pessoas e muitos crimes de manipulação psicológica e exploração sexual movimentaram as notícias. Entre eles a associação NXIVM que foi identificada como uma seita e levou à prisão por 120 anos de seu líder, Keith Raniere. Dentre os documentários sobre o assunto, se destacou o The Vow, da HBO.


A série tem acesso ao rico acervo de conversas e vídeos de Keith e seus seguidores, com a primeira temporada construída nos membros que decidiram escapar e denunciar o grupo. Dirigido por Jehane Noujaim e Karim Amer, eles acompanharam de perto todo o processo, incluindo os registros das prisões e ações contra os líderes na organização.
Com a prisão de Keith, faltava justamente a “conclusão” do caso, principalmente a história que foi definitiva para a condenação do guru, que incluiu o abuso sexual de menores, todas irmãs e ilegais nos Estados Unidos.
O foco principal da segunda temporada está na sócia de Keith, Nancy Salzman, que fundou com ele a NXIVM. Até então uma respeitada coach de neurolinguística, Nancy e sua filha se declararam culpadas (mas ainda assim foram condenadas) e como eram figuras queridas dos membros, eram uma incógnita na 1ª parte. Sem surpresa, Nancy foi a única a permitir as câmeras em sua casa acompanhando toda a etapa de culpa, surpresas e arrependimentos que vieram com a condenação. Ela emociona, mas também representa um formato comum hoje em dia nos documentários, que é reconstruir narrativas para mudar a percepção do público.


A segunda parte do documentário é importante para fechar o drama, mesmo sem ter acesso às vozes de outras importantes personagens, como Alison Mack, que estava à frente da associação secreta que marcava as mulheres com as iniciais de Keith Raniere e as explorava sexualmente e psicologicamente.
Todos os episódios estão disponíveis na plataforma. É um conteúdo intenso, incômodo e até assustador. Mas necessário.