Como publicada no Correio do Estado
Nenhuma sombra de dúvida que House of the Dragon foi a melhor série de 2022, mas eu falei várias vezes aqui de muitas que considerei destaque no ano. Eleger as cinco que efetivamente “são as melhores”, não foi tarefa fácil. Mas vamos tentar, separando em gêneros.

As Melhores das Melhores
Não necessariamente na ordem de preferência, as 5 melhores foram:
- House of the Dragon (HBO)
- The White Lotus (HBO)
- Andor (Disney Plus)
- Moon Knight (Disney Plus)
- Depois da Festa (The After Party) (Apple TV Plus)
Seria difícil que House of the Dragon errasse, para ser sincera, mas a expectativa era tão massiva que havia espaço para erros ou críticas. Mas foi unânime. Sucesso de público e crítica, a prequel de Game of Thrones nasceu fenômeno.
Algo parecido aconteceu com The White Lotus: a segunda temporada superou a estreia e fechou o ano flertando com a condição de febre. O mundo passou o último mês tentando descobrir quem ia morrer, criando teorias, avaliando personagens. Sucesso em tudo.
Andor está encontrando um patamar para si só no universo de Star Wars, sendo que “disputou” com pesos pesados como The Mandalorian e Obi-Wan Kenobi, sair como campeã foi uma pequena surpresa. No entanto, o que o roteiro fez foi trazer elementos que foram ofuscados nas outras por tantas referências da cultura Jedi ou da fantasia. Com Cassian Andor (Diego Luna), temos um homem comum, um herói involuntário e um lado menos idealista da política, seja Rebelde ou Imperialista. Merecidamente indicada a múltiplos prêmios.
Moon Knight é um destaque nos conteúdos da Marvel quase unicamente pelo show e estonteante talento de Oscar Isaac. Com um personagem denso, trágico e complexo, o ator interpretava mais de uma única personalidade, nos fazendo esquecer que estava sozinho. Incrível por isso e muito mais.
Se você não viu Depois da Festa (The After Party) perdeu um dos conteúdos mais originais e divertidos do ano. Cada episódio com uma narrativa diferente, um crime a ser solucionado e muitas gargalhadas no processo de investigação. Em uma palavra? GENIAL. Roteiro criativo, amarrado, leve e inteligente. Um vício e perfeito,



Outras séries que amei
O ano foi praticamente dividido entre fantasia extrema, biopics e dramas históricos ou de época. E dentro das biopics, forte tendência para crimes ou escândalos. Eu gostei de muita coisa, mas vamos reconhecer as melhores, sem “reduzir” a gênero ou ordem de prefência.
- A Rainha Serpente (The Serpent Queen) (Lionsgate Plus)
- The Gilded Age (HBO)
- Only Murders in the Building (Star Plus)
- Barry (HBO)
- Stranger Things (Netflix)
Tanto The Gilded Age como A Rainha Serpente são séries caras, de época e com grandes atuações. Enquanto a série sobre Catarina de Medici traz um olhar mordaz e atualizado da vida da Rainha da França, a série da HBO é inspirada em pessoas reais, com uma liberdade criativa e a inteligência da fórmula bem sucedida de Downton Abbey. Ambas tiveram segunda temporadas anunciadas, mas correm risco. Pelo menos The Gilded Age já gravou, portanto terá lugar na grade da HBO em 2023. Depois do corte de Ligações Perigosas receio pelo futuro da Rainha Serpente, me mantendo na torcida por seu futuro.


Já Barry, Stranger Things e Only Murders in the Building seguem vivas graças ao talento de suas estrelas. Episódios inovadores, sensibilidade e momentos icônicos, podem não ter sido tão destacadas como as minhas Top 5, mas foram grandes em 2022.



Menções Honrosas
No ano em que nos despedimos de Peaky Blinders, voltamos a conviver com os Vikings, embarcamos na ambígua obsessão de Physical, descobrimos mais sobre a juventude de Elizabeth I com Becoming Elizabeth, a volta de Carrie Bradshaw em And Just Like That, uma nova etapa de Bridgerton, The Crown, The Great, A Boneca Russa, The Flight Attendant, Slow Horses, Emily in Paris, A Maravilhosa Mrs. Maisel e Billions, foram assassinos como Dhamer, ou Michael Peterson (Colin Firth) em A Escada, ou escândalos como Dropout (Star Plus) as premiações serão mesmo em torno de biografias. Nesse cenário, a pequena descepção com O Senhor dos Anéis – Anéis do Poder (Amazon Prime Video) e o cancelamento de Westworld (HBO) – outra decepção – é o cancelamento da surpreendente e ousada Raised By Wolves que deixa 2022 como um ano com Q de tristeza por ter sido cortada sem dó e no momento de virada.



Estrelada pelo sempre carismático Travis Fimmel, produzida por Ridley Scott, Raised by Wolves foi responsável por momentos inimagináveis no qual uma das principais personagens foi transformada em uma árvore, cyborgs tinham mais emoção do que humanos, uma cobra voou pelos ares e ameaçou a humanidade, tudo isso obviamente não fazia sentido, mas nos deixava adivinhando e ansiando por mais. Faço parte dos que ainda torciam pela terceira temporada – em qualquer plataforma – mas com o anúncio de Travis no elenco de Duna, fica cada dia menos provável alguma conclusão da história bizarra, mas interessante sobre fé e ciência. Uma das perdas de um ano, por outro lado, incrível.
As séries de 2022 ocuparam nosso espaço muito mais do que os filmes que começaram a voltar para cinema. Ansiosos por 2023?


