A genialidade musical de Bob Dylan não foi suficiente para “salvar” o filme Pat Garrett And Billy The Kid, em1973. O faroeste que se propunha ser “revisionista” para contar uma das lendas do wild oeste foi dirigido por Sam Peckinpah, escrito por Rudy Wurlitzer e estrelado por James Coburn e Kris Kristofferson, com participações de Jason Robards e o próprio Bob Dylan não agradou às estrtelas ou ao público. Apenas uma coisa surgiu nas telas: uma das mais famosas e belas canções de Dylan, Knocking On Heaven’s Door.
O filme foca no drama de Pat Garrett (James Coburn) ao lidar com a difícil missão de ter sido contratado para matar seu velho amigo, Billy the Kid (Kris Kristofferson). Peckinpah viu no projeto a chance de fazer uma faroeste “definitivo”, depois de duas tentativas anteriores. Se envolveu em reescrever o roteiro e suas alterações irritaram Wurlitzer. Budget estourados, o alcoolismo do diretor e outros problemas fizeram dos bastidores um pesadelo.

Embora Kris Kristofferson fosse um músico premiado, foi ele que trouxe Bob Dylan para assinar as canções do filme, sendo que Knockin’On Heaven’s Door foi indicado ao Grammy de Álbum de Melhor Trilha Sonora Original.
Cheia de problemas, a versão de 1973 foi editada à revelia do diretor e sua versão só foi lançada em 1988. Cinquenta anos depois, Knockin’On Heaven’s Door já foi gravada por mais de 150 artistas, com a versão mais famosa e recente sendo a do Guns ‘N Roses. Ela entra no filme quando o xerife Colin Baker é morto pela gangue de Billy e morre nos braços de sua esposa. Cantada na 1ª pessoa, na perspectiva de alguém que sabe que tem poucos minutos de vida.
Mama, take this badge off of me
I can’t use it anymore
It’s gettin’ dark, too dark for me to see
I feel like I’m knockin’ on heaven’s door
Os músicos se emocionaram ao gravar o clássico instâneo. E nós repetimos nos emocionando igualmente, cinco décadas depois.