Para os leitores do gênero de terror e suspense, o nome de Edgar Allan Poe é uma referência. Se você não é de ler, ainda assim pode curtir o suspense O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eyes), filme estrelado por Christian Bale e disponível na Netflix desde janeiro. Só mantenha as expectativas baixas.

Uma adaptação do best-seller de mesmo nome, lançado em 2003, a história circula em torno de uma série de mortes inesperadas e misteriosas que ocorrem na West Point Academy, em 1830. Os aparentes e inexplicáveis suicídios de cadetes só ficam mais estranhos quando seus corações são arrancados de seus corpos. Buscando evitar publicidade negativa e querendo descobrir a verdade, a Academia contrata os serviços de um civil local, Augustus Landor, um ex-detetive de polícia aposentado e que vive perto, em reclusão. Para ajudar Landor, é detacado um ansioso jovem cadete, temperamental e intrigante, com uma queda por bebida, além de dois volumes de poesia em seu nome. Isso mesmo, o próprio Edgar Allan Poe, interpretado por um excelente Harry Melling.

Parecidos em inteligência e fraco por bebidas, os dois desenvolvem um relacionamento surpreendentemente profundo à medida a investigação os leva a um mundo oculto de sociedades secretas, sacrifícios e rituais macabros. Porém é um segredo do passado que vai colocar a amizade dos dois à prova.

Embora tenha um elenco de peso – Gillian Anderson, Lucy Boynton, Charlotte Gainsbourg, Toby Jones e  Robert Duvall aparecem – o roteiro peca quando o oculto ganha fôlego. A surpresa do final fica tola e por isso o filme se perde. Uma pena pois a história é inspirada em alguns fatos reais – Edgar Allan Poe foi mesmo cadete da Academia – mas a morte verdadeira do escritor, rodeada de mistério até hoje, teria sido mais interessante do que a história que Louis Bayard criou. Os detalhes são claros desde o início, mas para olhos atentos apenas. Um filme para passar o tempo, nada mais do que isso.