Hollywood e Tapete Vermelho dá match. A tradição de décadas que é um evento por si só, despertando curiosidade e momentos inesquecíveis. Afinal, há milênios andar por uma passarela coberta por um tapete – vermelho – é algo para realeza e estrelas.
A tradição diz que o “primeiro tapete vermelho” veio de 458 A.C., na Grécia, quando o conturbado rei Agamenon (aquele que destruiu Tróia para recuperar sua ex-cunhada, Helena) ao retornar da batalha foi recebido por sua esposa, Clitemnestra com atendimento especial. Ao descer em Atenas, ele encontrou uma passarela coberta com um tapete da cor de carmim (vermelha), que ela estendeu para que ele caminhasse até o palácio. Segundo diz a lenda, ela teria dito que os pés de um conquistador, vitorioso e Rei, não poderia ter contato com a terra comum. Com razão ele ficou desconfiado porque luxo era reservado aos Deuses, mas estava certo. Tempos depois a mesma Clitemnestra o assassinaria, mas isso é outra história. Naquele momento nascia o tapete vermelho.

Com a associação do vermelho aos VIPs e Celebridades, obviamente o desfile chegaria às estrelas do cinema. Nos anos 1920s as pré-estreias já eram uma festa, e, quando as premiações ganharam relevância, também passaram a contar com a tradição.
O tapete vermelho do Oscar rapidamente se tornou o mais importante de todos, ainda mais que a cerimônia passou a ser televisionada a partir dos anos 1950s e as emissoras perceberam que acompanhar as estrelas desde que chegavam ao local até entrarem no teatro ajudava na audiência, porque também era o momento de acenar para os fãs e dar rápidas entrevistas. A partir de 1966 as transmissões televisivas passaram a ser coloridas, sim, até os anos 1970s os aparelhos de TV tinham opções mais acessíveis em preto e branco e apenas alguns passavam imagens com cor. Seja como for, o momento do tapete vermelho ganhou mais glamour e passou a ser um fator importante na experiência do Oscar.


A associação de moda, designers famosos e Hollywood é mais recente, porém. Nicole Kidman é creditada como uma das pioneiras ao eleger um “Gallianno da Dior“, em 1997, que até hoje é icônico. Antes disso eram vestidos de gala, com ar até menos formal nos anos 1970s e 1980s, mas ainda assim, importantes. A peça usada pela atriz causou sensação e a exigente Joan Rivers, que se especializou na cobertura do tapete vermelho, não gostou da cor do vestido (verde), mas disse que Nicole “ofuscou Tom Cruise“, seu marido na época e já uma das maiores estrelas do mercado. Melissa Rivers, que liderava com Joan a cobertura do Oscar para o E! definiu o modelo como “o primeiro verdadeiro vestido de alta costura no tapete vermelho”. A partir daí, Nicole raramente deu um passo em falso nos tapetes vermelhos e a competição ficou acirrada, tanto entre as estrelas como as marcas de luxo.
Aliás, a o E! ganhou muita projeção com suas coberturas dos Tapetes Vermelhos, sendo hoje referência obrigatória. Como não tinham acesso à transmissão, sua reportagem passou a focar exclusivamente na chegada dos artistas, o que ficou conhecido também como pré-shows, sempre ao vivo. Joan Rivers comandava as críticas – ferozes – de moda, o que levou ao programa Fashion Police, uma série semanal regular que estreou em 2010. Daí que surgiram as tradicionais perguntas: “quem você está vestindo”, quase um mantra do evento.


Há muitos looks considerados clássicos do tapete vermelho. Estrelas como Nicole Kidman e Cate Blanchett são aguardadas com ansiedade pois mesclam ousadia e tradição como poucas. Os anos de pandemia tiraram um pouco o momento, afinal circular com máscaras ou em público ficou difícil e mesmo em 2022, com tudo “normalizado”, ficou morno. Algo que 2023 já demonstra ter ficado para trás.

Se no BAFTAs preto e branco foi a maior tendência, no SAG Awards já tivemos cor e ousadias. Os maiores destaques foram Zendaya, Cate Blanchett e Amanda Seyfried, claro.
Amanda apostou em um look dos anos 1960s, com um minivestido de seda da Prada e uma longa cauda, completo com alças finas acentuadas com pequenos laços. Estava linda. Já o modelo de Zendaya (que trocou o vestido na transmissão) era puro “clássico Hollywood”: um vestido corpete de seda rosa sem alças, pontilhado com 190 rosas assinadas por Valentino.


Cate Blanchett resgatou um longa (Armani, claro) de 2014 (que já tinha repetido em 2018) e fez ajustes para uma nova versão em 2023. Michelle Yeoh foi mais ousada e menos unânime com seu longa da Schiaparelli Haute Couture (alguns diziam que lembrava batata frita), mas eu gostei. Os tons escuros seguem os preferidos do ano.


Por outro lado, já há aparecem algumas cores despontando. Você tem preferência?



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