O protagonismo de Bella Ramsey

A escolha de Bella Ramsey para o papel de Ellie Williams foi aplaudida unanimemente. Afinal, sua rápida participação em Game of Thrones foi tão marcante que sua personagem ganhou até maior participação, com direito a uma despedida triste e valente como um dos heróis. Porém, com a estreia de The Last of Us, meio que na sombra do carisma de Pedro Pascal (Joel Miller), houve muitas críticas à sua atuação. Injusto.

A personalidade de Ellie, uma adolescente desbocada, rebelde e confusa é a que vem do jogo, Bella tem feito um sotaque americano preciso e sua atuação tem sido, bem, perfeita. Sim, ela fica ainda maior quando demanda medo, ferocidade, mas as doces cenas da crescente ligação com Joel, assim como seu amor por Riley (Storm Reid) mostram sua versatilidade. Na etapa final da 1ª temperada, falta apenas UM episódio, seu protagonismo é necessário. Teremos cada vez mais Ellie.

O penúltimo episódio da série é violento em tudo: cenas, palavras, história. Com um Joel agonizante e isolado, Ellie sabe que ele depende dela para sobreviver e que ela já fez mais do que possível com o que tem à disposição. Ela sabe que mais do que os infectados à solta há ainda piores riscos, algo que Joel a alertou ainda cedo e, mesmo assim, ela tem que sair em busca de alimento. Com esse problema ela esbarra com um dos piores predadores da história: humanos desesperados e… canibais. E piora!!!

Isso mesmo, o líder do grupo que coloca Ellie e Joel em risco é David (Scott Shepherd), um pedófilo que não apenas sobrevive ao apocalipse como vira o líder – espiritual e real – de um grupo de pessoas desesperadas. Em um episódio dos mais violentos da temporada, o crescimento da atuação de Bella chega a ser emocionante. Ela é uma heroína incrível, uma sobrevivente e sua alteração entre medo e coragem são incríveis. Ellie consegue escapar de ser comida (literalmente e metaforicamente, desculpem a grosseria) enquanto um Joel, miraculosamente recuperado em horas depois da aplicação de penicilina feita por Ellie antes de ser capturada, virou uma máquina assassina atrás da menina. A crueldade de Joel obviamente é justificada, mas o mundo não será fácil para os fracos, realmente.

O final do episódio – o reencontro emocionante entre Joel e Ellie – é mais emocionante para quem sabe o que vem pela frente. Joel baixou completamente a sua guarda: Ellie é sua filha. Ellie o vê como seu melhor amigo e única pessoa em que pode confiar e contar (ela não me parece ter referências do que seja uma “família”). Antecipando que a temporada vai terminar com Joel fazendo uma escolha difícil que no final das contas, o colocará paradoxalmente perto e distante de Ellie. A ver semana que vem!

Ah, esse foi o primeiro episódio no qual não houve um uso de canções na narrativa. E sim, há uma participação marcante e breve do Joel Miller do jogo, o ator Troy Baker, o que é um carinho extra apreciado pelos fãs.

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