O suspense de A Última Coisa que Ele Me Disse

A estratégia de transformar best sellers em filmes ou séries de sucesso é parte do segredo de Reese Witherspoon, seja o longa Wild (estrelado por ela mesma), as duas temporadas de Big Little Lies, Daisy Jones e os Seis e, agora, A Última Coisa Que Ele Me Disse, que acaba de estrear na Apple TV Plus. Com exceção de Daisy Jones, em geral são romances de suspense, com personagens femininos fortes e um segredo que interfere nas vidas delas.

Escrito por Laura Dave, A Última Coisa Que Ele Me Disse foi um grande sucesso na pandemia e foi anunciado antes mesmo de chegar às livrarias como um futuro projeto de Julia Roberts. A série disponibilizou dois episódios na sexta-feira, com uma recepção morna da crítica, sem Julia no elenco e sendo substituída por Jenniffer Garner, que não é exatamente “o problema” da série.

A premissa é relativamente simples: uma mulher (Garner) é surpreendida pelo desaparecimento repentino de seu marido (Nikolaj Coster-Waldau) e não apenas tem que cuida dar problemática enteada de dezesseis anos (Angourie Rice) como procurar a verdade sobre seu marido.

O que acontece com A Última Coisa Que Ele Me Disse é o esgotamento do tema de uma mulher ver uma vida de sonho sendo transformada em pesadelo. Ainda mais usando o cenário idílico do norte da California como cenário. Já “conhecemos” essa heroína, temos confiança na sua força para superar o drama, mas temos que engolir a surpresa inicial e nos engajarmos para acompanhá-la na descoberta e é justamente onde os dois primeiros episódios “falham”. Estamos com Owen por poucos segundos, descobrimos que ele e Hannah só estão juntos há 14 meses portanto quando ele desaparece a única dúvida é a razão de deixá-la responsável pela enteada que a odeia.

Hannah é uma artista plástica que conheceu Owen e se mudou do Texas para California numa paixão repentina. Ela tem um talento nato para investigação e manter as aparências, algo curioso para uma mulher exposta a tanta coisa ao mesmo tempo. Jennifer tem carisma, mas não há química entre ela e Nikolaj e nenhuma conexão entre ela e Angourice, mais uma vez a adolescente problemática de plantão (como fez em Mare of Easttown).

Para quem quer spoiler, aqui vai. Owen é na verdade Ethan, a testemunha chave de um processo contra traficantes perigosos e cuja proteção o FBI não conseguiu assegurar. Assim, por conta própria, assumiu uma nova identidade e a segurança de sua filha. Hannah e Bailey vão estabelecer uma relação de confiança mútua e é Hannah pessoalmente que vai conseguir negociar a liberdade e segurança da jovem para seguir com sua vida. Owen/Ethan, no entanto, não poderá voltar para as vidas delas. Percebe-se que toda reviravolta será rasa como a proposta da história. Jennifer Garner poderia trabalhar com uma base melhor, mas não vai comprometer. Tem tempo para ocupar com mais conteúdo? Não vai morrer se passar sem esse…

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