Em 1953, chegou aos cinemas a animação da Disney, Peter Pan, um filme repleto de fantasia e personagens icônicos. Era um projeto antigo do estúdio, ainda liderado por seu fundador. Walt Disney sonhava com a história do menino que se recusava envelhecer desde 1935, tendo comprado os direitos e começado a trabalhar na história três anos depois. Hoje, 70 anos depois, a Disney+ lança um novo olhar sobre a história, com o longa em live-action, Peter Pan e Wendy, atualizando vários temas considerados “datados” no original.
O desenho de 1953 demorou a chegar nas telas por conta da 2ª Grande Guerra Mundial, porque depois do ataque a Pearl Harbor, o estúdio foi contratado pelo governo americano para produzir filmes de treinamento e propaganda de guerra, tirando a prioridade da animação. Ainda assim, seguiram paralelamente, usando imagens de referência de ação ao vivo que foram filmadas com atores em estúdios de som para que os animadores captassem os movimentos com perfeição. Há uma nostalgia em Peter Pan também porque marcou o último trabalho dos nove membros originais da equipe de animação da Disney, conhecidos como os Nine Old Men.

Lançado em fevereiro de 1953, Peter Pan chegou a ser incluído no Festival de Cannes e foi elogiado, embora a representação dos nativos americanos seja problemática. Peter Pan, Sininho, Wendy, Capitão Gancho, Tic-Tac e tantos outros sempre foram personagens populares no universo Disney, tanto que ganharam mais conteúdos ao longo dos anos: Return to Never Land, de 2002; as prequels focadas em Sininho (Tinker Bell), em 2008 e finalmente a adaptação live-action de 2023.
A versão dirigida por David Lowery fala com o público de hoje, contextualizando o romance original de J. M. Barrie, escrita em 1911. Foi na peça teatral de Barrie que os roteiristas encontraram os elementos necessários para mexer no filme que está em cartaz. Por exemplo, Capitão Gancho tinha um nome antes de virar “Gancho”, sendo sugerido inclusive que ele tinha frequentado o prestigiado Eton College antes de se tornar um pirata. Essa passagem não detalhada deu a oportunidade de que em Peter Pan e Wendy conte finalmente a história do vilão e explique sua conexão com Peter. Por exemplo, Gancho era “James”, amigos em Neverland, mas o futuro pirata precisou deixar os amigos em busca de sua mãe. Essa separação magoou Peter. Para piorar, ao retornar à Neverland, James é levado por piratas e criado para se tornar o capitão do Jolly Roger. Peter, que não aceitou sua partida inicial o rejeita porque o vê apenas como um adulto e mau.
O diretor gosta do “espírito original” da peça de 1911 e do filme de 1953, por impulsionar temas universais como amadurecimento, pertencimento, aceitação e fantasia, que conectam com audiências de todo mundo mesmo tantos anos depois. Em tempos de desconexão, nada mais atual, ele acredita. Na versão atual, Wendy Darling é uma menina que tem medo de deixar a casa de infância para trás, e conhece Peter Pan, um menino que se recusa a crescer. Junto com seus irmãos e uma pequena fada, Sininho, ela viaja com Peter para a mágica Neverland, onde conhece o pirata malvado, o Capitão Gancho (Jude Law), e embarca em uma emocionante e perigosa aventura que mudará sua vida para sempre.
O filme já está na Disney+. Hora de voar para A Terra do Nunca!
