Quando Barry começou, há 4 anos, tinha um humor fora do lugar, incômodo, mas era humor. O tema era muito soturno – um ex-soldado transformado em mercenário passando por depressão – mas era definitivamente uma série bem-humorada. Os rompantes violentos, na escola Tarantino, também nos faziam rir de nervoso e surpresa. Mas a temporada final da série me parece flertar com o terror psicológico, nunca apostando em nada óbvio e nos deixando com a impressão que 30 minutos são mesmo 1 hora. Ou seja, hoje, Barry é o conteúdo mais original no ar. Pena que está mesmo na hora de partir.
Na despedida há um fiapo de história, mas que mesmo antecipando algumas poucas coisas (ACERTEI que Barry ia cair em uma armadilha indo atrás de Cousineau (Henry Winkler), o talento de Bill Hader e sua equipe é que mesmo sendo ‘repetitivo’, ainda há novidade. Exemplo: Fuches mais uma vez está com a vida ‘ganha’ e está consumido em destruir Barry. É o bandido mais saído de desenho possível. Mas vamos aos poucos.

Então Gene Cousineau voltou depois de 8 anos escondido em um Kibutz e quer provar que é um homem renovado. Se antes sua derrocada foi seu ego, agora quer se certificar que Hollywood não vai glorificar a vida de um assassino como Barry Berkman. Ninguém está acreditando na mudança de personalidade do professor, mas ainda não tivemos tempo para confirmar se mais uma vez ele está alinhado com Jim Moss (Robert Wisdom), que captura finalmente o homem que matou sua filha graças à obsessão que todos na série tem com o passado e vingança. Se antes Jim queria justiça com a prisão de Barry, dificilmente este é o caso agora. De qualquer forma o que ele não dispensa é ter a chance de uma tortura básica, que tinha dispensado há 8 anos.


Sally (Sarah Goldberg) tinha alertado ao marido para deixar o passado pra lá e apenas mudarem de endereço mais uma vez. Gene não valia o risco e ela estava certa. Assim como Barry estava certo de que um de seus inimigos já os tinham identificado. E isso nos leva à uma das sequências mais tensas e arrepiantes de toda a série. Sally entorpecida com a bebida, um filho apagado graças à ela ter batizado o suco dele com vodka e um homem (que ela jamais vê) DENTRO da casa para matar os dois. Uma série de equívocos acidentais ‘salvam’ Sally e John, mas é evidente que terão que fugir e sem a ajuda de Barry, porque ele foi pego por Jim. Esta sequência é nada menos do que apavorante.
E, ainda fora de ordem, temos que decifrar QUEM está no encalço da família Berkman. Não é Fuches (Stephen Root), que saiu da prisão já como The Raven e busca com Noho Hank (Anthony Carrigan) a localização de Barry. Mais uma vez ignora o conselho de deixar o passado pra trás, mas eu fiquei com a impressão de que os homens assustando Barry e Sally são do time de Hank, que não quer matar Barry, mas tampouco fazer as pazes com ele. Assim como os outros, nos oito anos que se passaram da morte de Cristobal, Noho Hank se reinventou, está rico e ainda omitindo seu papel na morte do ex-amante. Não engana Fuches, mas não gosta de ouvir sobre o passado, um dos raros na trama que só quer saber do futuro.
Não que o que se desenhe não seja trágico para todos! O confronto entre Jim e Barry pode ser interrompido por Fuches, quem sabe? Mas não vejo Barry sobrevivendo no final. Ainda assim, sem saber o que esperar, estou louca para chegar logo domingo. Barry me converteu há muito tempo.

