Tudo que precisa saber da 1ª temporada de Sex and the City

A série Sex and The City chega à Netflix em 2024, 26 anos depois de ter revolucionado a TV quando estreou em 1998, na HBO. Na época em que foi lançada, trazer quatro mulheres independentes financeiramente à busca de sexo e diversão foi revolucionário. Nova York – a “the city”(a cidade) do título – nunca foi mais glamurosa, a amizade feminina nunca foi tão profunda e inspiradora e também um desfile de lugares reais, marcas de luxo e rostos que um dia ficariam famosos passaram a formar o universo da série, que ainda rendeu dois filmes e um spin off, And Just Like That.

O conceito era simples: a jornalista Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) tem uma coluna sobre sexo em um jornal, mas sua abordagem não é nem médica ou científica, ela relata os hábitos e situações vividas por ela e suas amigas, igualmente modernas, navegando por uma Manhattan agitada e cheia de possíveis romances.

O fato de que há toda uma geração que não conviveu ainda com Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda justifica resgatar informações básicas da 1ª temporada. Com 10 pontos importantes para se ter em mente e conhecer um pouco mais sobre esse clássico recente da televisão.

1- Sex and The City é inspirada em uma história real

A série que foi criada por Darren Star, com Michael Patrick King como showrunner, é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Candace Bushnell, ex-colunista do New York Observer que abordava toda uma nova geração de mulheres tinham tudo: carreiras, dinheiro, bom gosto para moda e sapatos, frequentavam os lugares mais descolados de Manhattan e tinham sexo casual, como os homens.

Candance escrevia de sua própria experiência, mudando os nomes das pessoas com personagens que viriam ficar famosas, como Samantha Jones e, mais importante, seu alter-ego, Carrie Bradshaw (com suas iniciais CB (Carrie/Candace Bradshaw/Bushnell) para ‘disfarçar’ as histórias.

O papel transformou Sarah Jessica Parker em uma das maiores estrelas dos Estados Unidos, colecionando prêmios, fãs e sucesso.

2- O piloto tinha uma proposta que aos poucos foi mudando

No piloto, gravado um ano antes da série ir ao ar, a proposta era quebrar a quarta parede, com Carrie conversando com o público e inserindo depoimentos de outras pessoas, na linha de Harry e Sally (When Harry Met Sally), algo que foram abandonando aos poucos e adotando a narração da personagem em off. O cabelo e o estilo de Carrie foi radicalmente mudado ainda na temporada, passando a ter mais o visual que viria a ser a sua assinatura.

Sarah Jessica Parker não estava interessada em passar a trabalhar em TV – há 26 anos, quem estava trabalhando em TV ou era iniciante ou estava em fim de carreira – e detestou o piloto, chegando a pedir para sair do elenco. Só aceitou filmar o resto da temporada porque as mudanças que pediu foram feitas. Por isso, não estranhe, o piloto realmente não tem tanto a ver com o que a série veio a ser depois.

3- Quatro amigas formando a mulher perfeita

Charlotte, Samantha, Miranda e Carrie são inseparáveis e bem diferentes, cada uma destacando um esterótipo feminino, mas, juntas, formando o quarteto perfeito.

Carrie é a que mescla um pouco de cada, mas é a mulher complicada, sonhadora e criativa. É a narradora da série e sempre conectada de alguma maneira a todas as histórias.

Samantha Jones (Kim Cattrall) é a agente de relações públicas, mais velha e “sexualmente confiante”. Tem aversão à compromisso, é a alma da série (que fala de sexo afinal de contas!) e muitas vezes também o elo divertido de todas temporadas.

Charlotte York (Kristin Davis) é a mais romântica, a eterna otimista que trabalha como curadora de Arte e que sonha com um casamento tradicional.

Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) é a advogada prática e cínica, com uma visão pessimista sobre relacionamentos.

Elas sempre se encontram para um brunch e saem com frequência juntas, trocando segredos e dando apoio incondicional uma à outra, mesmo quando discordam. Juntas simbolizavam o sonho de mulheres independentes e charmosas.

4- Carrie e Mr. Big se conhecem no 1º episódio

O grande amor e tormento de Carrie será Mr. Big (Chris Noth) cujo nome verdadeiro só é revelado no último minuto da temporada final. O relacionamento dos dois é marcado desde o início por altos e baixos, com Big representando o maior exemplo de homem tóxico confundido como romântico.

Só para contextualizar, Samantha o identifica como o “próximo Donald Trump”, mas na época o ex-presidente americano era apenas um grande empresário do meio imobilário de Nova York, por isso o que ela queria dizer era que Mr. Big era milionário e influente, mas não necessariamente um homem de ultra direita. Embora olhando hoje, a referência não poderia ter sido mais certeira…

A ver como a nova geração vai encarar essa relação abusiva que era aceita há quase 30 anos. Seja como for, é A grande história de amor de Sex and The City.

5- Sex and the City redefiniu o conceito de “mulher solteira”

Embora Charlotte seja a única a assumir que queria um casamento e Samantha se manter até o fim fiel ao seu estilo de vida, Carrie e Miranda alternam usar a solteirice como escudo enquanto buscam o homem ideal, algo que muitas mulheres vieram a criticar ao longo da série. Ainda assim, Sex and the City foi o símbolo máximo da mudança de comportamento feminino, com quatro solteiras estilosas liderando as histórias. Nunca ser solteira pareceu tão emocionante como Carrie e companhia mostravam ser.

Com seus sapatos Jimmy Choos e bebendo Cosmopolitans, eram solteiras e descomprometidas por opção. O espectro da ‘solteirona’ foi reescrito e as mulheres que optam por não ter filhos também passou a ser aceito, mais ainda, elas passaram ser exemplo. O jogo de “você é mais Carrie ou Miranda” era comum entre amigas… todas se espelhando em Carrie…

6- Pouca inclusão, conceitos datados para os dias de hoje

Não dá para deixar de lembrar que a 1ª temporada de Sex and the City tem 26 anos, o mundo era ainda atrasado e temas como sexo eram ainda ousados. Não há inclusão, há julgamentos preconceituosos e exemplos de relacionamento tóxico, sem esquecer de financeiramente fantasioso (as contas de Carrie geraram matérias e teses para decifrar como ela conseguia viver em um bairro caro de Nova York, comprar as marcas que vestia e sair todas as noites com o salário de colunista, mas é parte do escapismo!).

7- Nos bastidores o clima era outro

Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda são inseparáveis, mas já na segunda temporada começaram os rumores de alguma tensão atrás das câmeras, algo que escalou para uma broga bem pública 20 anos depois.

Hoje não é segredo que Sarah Jessica Parker e Kim Cattrall não se suportam, mas por muitos anos as picuinhas eram desmentidas por ambas. Ciúme? Temperamento? Não sabemos qual versão é próxima da verdade, mas as duas atrizes brigaram, com Kim soltando os cachorros em redes sociais. O que faz a gente perceber que enquanto Sex and the City esteve no ar as duas comprovaram que sabem interpretar como poucas…

8- As histórias do cotidiano entrando para a trama da série

Reza a lenda que nenhuma história de Sex and the City foi ‘inventada’, mas sairam dos bate papos da equipe de roteiritas. Da observação sobre vizinhos, sobre pessoas na rua, até levar fora por post-it, todas as subtramas vieram de experiências das equipe da série.

As histórias que divertiam ou emocionavam entravam para uma lista e, quando surgia a oportunidade, era trazida para a série. Isso ajudou muito a criar a conexão com as personagens e a cidade. A regra era “nada que entre no episódio pode ter sido inventado”, só era considerado o que fosse verdade. Não era inovadora?

9- Não conhecemos ninguém das famílias das personagens

Carrie pode entrar na igreja para conhecer a mãe de Big, mas, em geral, parentes são periféricos e não reaparecem, nem em casamentos ou funerais. Isso mesmo, apenas em And Just Like That conhecemos o irmão de Big que nem no casamento (no filme) comparece à festa ou é mecionado. O irmão de Charlotte também ou a irmã de Miranda. Parentes são satélites, a ligação real é entre amigas…

10- Paris será sempre marcante para Carrie

A viagem de Big para Paris será determinante para a série até seu spin off, And Just Like That. E o pedido de Carrie – “me diga que sou a sua pessoa – também. Aproveitem a viagem! Vicia!

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