A guerra das rainhas: Serpente e a Virgem

No universo fantasioso ferino de A Rainha Serpente, uma das minhas séries favoritas de 2022, haverá um encontro que teria tudo para ter sido real, mas é fictício: Catarina de Médici e Elizabeth I. Isso mesmo, a Rainha Serpente e a Rainha Virgem, que foram contemporâneas, amigas por cartas e quase ligadas por casamento (o filho de Catarina foi um dos pretendentes da Rainha inglesa), mas jamais estiveram fisicamente no mesmo ambiente, mas é para isso que as séries são criadas, não é?

A melhor parte desse encontro que logo virará confronto de sagacidade é que ele coloca em cena também duas ótimas atrizes: Samantha Morton, nossa Catarina, e a recém-chegada ao elenco, Minnie Driver, que será Elizabeth I.

A rivalidade das Rainhas

França e Inglaterra sempre rivalizaram, muito antes que a italiana Catarina de Médici se casasse com o príncipe sobressalente-tornado-Rei, e a “bastarda” Elizabeth I fosse a única herdeira viva da Coroa britânica. Considerando que nenhuma das duas estaria na linha mais óbvia do poder, é igualmente admirável que em um universo masculino elas tenham mantido o comando.

Podemos seguir comparando porque as duas rainhas tinham muito e nada em comum. Catarina foi mãe de reis e a outra entrou para a História como “virgem”. Uma era protestante e outra, católica. Ainda assim, em algum momento, se tornaram amigas.

A juventude de Elizabeth foi abordada em Becoming Elizabeth, mas na 1ª temporada de A Rainha Serpente, acompanhamos a dura vida da jovem Catarina, filha de Lorenzo II de Médici, duque de Urbino, e de Madeline de La Tour, d’Auvergne. Seus pais morreram e deixaram ela como herdeira rica, ela passou a ter valor no mercado matrimonial. O escolhido foi o príncipe Henrique, que viria a ser rei apenas depois que seu irmão faleceu. Catarina amava o marido, mas ele só tinha afeição por Diane de Poitiers (Ludivine Sagnier). Os dois tiveram 10 filhos, com apenas quatro sobrevivendo. Na morte de Henrique, o primogênito dos dois o sucedeu, mas também morreu (e Catarina despachou a nora, Mary Stuart, de volta para Escócia) e nos despedimos com ela como regente de seu filho Charles, de apenas 9 anos.

Vamos reencontrá-la com um filho já adulto e instável, com um país dividido por questões religiosas e inimigos surgindo de todos os lados. A amizade com Elizabeth I é crucial e diplomática, tanto que a inglesa flertou com a idéia de se casar com um dos filhos de Catarina. A relação das duas, que durou nada menos do que 30 anos, começou como uma amizade, mas no final se transformou numa rivalidade aberta. Será curioso quando as duas lidarem com questões tão complexas e interligadas como o Massacre do Dia de São Bartolomeu, a Armada Espanhola e, claro, Mary Stuart.

Quem volta e quem estreia?

Samantha Morton como Catarina de Medici
Emma McDonald como Rahima
Danny Kirrane como Louis de Bourbon
Ray Panthaki como Charles Guise
Raza Jaffrey como François de Guise
Enzo Cilenti como Ruggieri
Amrita Acharia como Aabis
Ruby Bentall como Angélica
Beth Goddard como Antonieta Guise
Ludivine Sagnier como Diane de Poitier
Rupert Everett como Carlos V
Minnie Driver como Elizabeth I
Angus Imrie como Henrique IV
Stanley Morgan como Anjou
Philippine Velge como Margot
Rosalie Craig como Jeanne d’Albret
Isobel Jesper Jones como Edith
Bill Milner como Carlos IX
Ashley Thomas como Alessandro de Médici
Alexandre Willaume como Montmorency

A série estreia em junho nos Estados Unidos. Não vejo a hora que chegue ao Brasil!



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