Os hábitos da festa pagã popular no hemisfério Norte venceram barreiras e hoje já foram incorporados no mundo todo, inclusive Brasil. Dia das Bruxas ou Halloween, sempre no dia 31 de outubro, tem origem em um calendário que não faz sentido pelos lados de cá. Ainda assim, no creo en las brujas, pero que las hay, las hay.
A data específica de 31 de outubro é por causa da mudança de estações, fechando o verão e dando início ao outono, no hemisfério norte. Os celtas celebravam a data como Samhain (pronuncia-se Sól-uím), uma festa que dava as boas-vindas às colheitas e “arrumava” o que se chamava de “a metade obscura do ano”, ou seja, o inverno.
O Samhain durava três dias e três noites, com grandes fogueiras representando o Sol e virando uma das marcas registradas da festa. Os celtas acreditavam que, durante o Samhain, as barreiras entre os mundos físico e espiritual eram quebradas, permitindo a interação de humanos com as almas (ou fantasmas). A participação na festa não era voluntária e a falha era punida com pragas e até mortes.
Como o contato com os espíritos estava “liberado” nessa época, costumava-se a se fantasiar de animais para que “as fadas ou bruxas não sequestrassem” as pessoas. Também nasceu aí o hábito das abóboras cortadas com uma expressão humana, onde se colocava velas dentro, para serem usadas como amuleto para afastar os espíritos maus.

A cultura do Samhain foi se mantendo ao longo dos séculos e o Cristianismo, como fez com outras celebrações pagãs, o adotou no calendário sob outro contexto, nesse caso, “O dia de todos os santos”. Por volta do século 16, véspera da festa de Hallow (termo antigo para “santo”) passou a ser conhecida como All Hallows’ Eve e, logo resumida a Halloween.
Com a identificação de mulheres ligadas à magia, popularizada entre 1500 e 1800, as “bruxas” passaram a ser festejadas e temidas na data em que céu e terra interagiam, dando aí, a origem do Dia das Bruxas que conhecemos hoje.
Por ter nascido de uma celebração da “última colheita do ano”, o Halloween sempre foi muito ligado à comida. O famoso “trick or treat”, doce ou brincadeira, era uma resposta às crianças que cantam rimas ou rezam pelas almas dos mortos. Os doces significam um presente dado pelo espírito de uma pessoa que foi liberada do purgatório com a oração.
Uma das características mais divertidas do Halloween, que cresceu nas últimas décadas, é a fantasia. No Brasil, o hábito criativo faz parte da ironia do Carnaval, mas no Dia das Bruxas é a maneira de “se disfarçar para enganar as bruxas”. Cada vez mais a festa demanda humor e inovações, que distraem pessoas de todas as idades.
E, para completar, o vocabulário da data também foi popularizado ao longo dos anos. Abradacadra e Hocus Pocus, também de origem celta, são algumas das expressões mágicas do século XVI que são usadas até hoje.
Prontos para celebrar o Dia das Bruxas?
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