A madrinha do balé no Brasil

Demanda muito amor pela Arte deixar Kiev, onde nasceu, para viver sua vida formando bailarinos no Rio de Janeiro, como Eugenia Feodorova fez. No dia Mundial do Balé em 2020 (29), relembro o talento e dedicação de uma artista a quem devo muito carinho por ter formado bailarinos que elevaram minha alma por tantos anos.

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Tive o privilégio de conhecer a “Dona Eugênia”, como ela era chamada, e entrevistá-la em uma das temporadas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro de O Lago dos Cisnes. Confesso que estava intimidada, mas logo vi que era simpática, carinhosa e disponível, nunca me esqueci daquela tarde. Em um tempo tão difícil para a dança em geral, mas, especialmente no Brasil, é linda a iniciativa do Theatro de disponibilizar online a exposição virtual “Eugenia Feodorova: a fada camponesa”, com fotos e detalhes da bailarina.

Dona Eugenia descobriu o balé com apenas seis anos, na Ucrânia, e encontrou na dança clássica a força para sobreviver à Segunda Guerra Mundial, que custou as vidas de seus pais e irmã caçula, mortos por nazistas. A própria Eugenia foi levada para um campo de trabalho forçado, mas continuou sua carreira como primeira-bailarina depois da Guerra. Dançou na Alemanha, França e Itália, antes de aceitar o convite de Dalal Achcar para vir para o Brasil. Chegou aqui com 41 anos e logo se encantou com o país.

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Responsável pela versão completa de O Quebra-nozes, em 1956, ela deixou o Ballet do Rio de Janeiro para assumir o corpo de baile do Theatro Municipal, em 1958, onde estreou como coreógrafa e maître de balé. A montagem O lago dos cisnes, em 1959, foi a primeira completa em toda América do Sul.

Dona Eugenia deixou a direção do corpo de baile do Theatro Municipal em 1961. Passou então a treinar as novas estrelas da companhia, na sua Academia de Balé, em Copacabana. Ela faleceu em 2007, aos 82 anos, depois de três semanas internada no Hospital São Silvestre, com complicações decorrentes de uma antiga operação na bexiga. Deixou muitas saudades.

Ela é agora o destaque da Série Coreógrafos do Municipal, uma exposição virtual em formato de e-book, disponibilizado no site do Theatro. Clique aqui para acessar.

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