One foi escrita por Harry Nilsson no final dos anos 1960s. Ele estava fazendo uma ligação de telefone e ouvindo o sinal de ocupado, que o inspirou imediatamente a escrever a canção (as notas que abrem são o som que ele ouviu). Porém, não foi o autor que fez da canção um sucesso, foi a banda Three Dog Night que conseguiu colocar One entre as mais tocadas de 1969. O sucesso foi regravado por vários artistas, incluindo Aimée Mann, que usou o cover na trilha sonora de Magnolia.

Curiosamente, no trailer do novo Venom, Let There Be Carnage, é a original originalíssima do próprio autor (a que eu gosto mais, aliás). Faz alusões à relações solitárias e infelizes, que representam vários no universo de Venom, incluindo ele mesmo.
One is the loneliest number that you’ll ever do
two can be as bad as one
it’s the loneliest number since the number one
No is the saddest experience you’ll ever know
yes it’s the saddest experience you’ll ever know
because one is the loneliest number that you’ll ever do
one is the loneliest number that you’ll ever know
It’s just no good anymore since you went away
now I spend my time
just making rhymes of yesterday
Because one is the loneliest number
that you’ll ever do
one is the loneliest number
that you’ll ever know
One is the loneliest number
one is the loneliest number
one is the loneliest number
that you’ll ever do
one is the loneliest number
much, much worse than two
One is the number divided by two
One………..
One is the loneliest number

Se você acha que Harry Nilsson se inspirou nos Beatles para escrever One, pode ser ao contrário. É que Nilsson, que é americano, fez tanto sucesso nos Estados Unidos nos anos 60 que, quando John Lennon e Paul McCartney foram perguntados que artistas americanos admiravam, ambos responderam “Nilsson”. Embora já tivesse canções gravadas por artistas como The Monkees (Cuddly Toy), um album elogiado pela crítica e um hit, You Can’t do That, um elogio como o que recebeu de Lennon e McCartney fez dele uma estrela do dia para a noite. E, claro, selou a amizade entre os artistas.
Quando a sua versão de Everybody’s Talkin’ entrou para o filme Midnight Cowboy, Nilsson ganhou um Grammy e não parou mais de tocar em todas as rádios. O segundo foi com outro cover Without You (campeão em karaokês), três anos depois. No entanto, a linha artística que ele optou foi mais experimental, o que não vendia. Bebedeiras, divórcios e outros dramas marcam a carreira do cantor.
Ainda nos anos 1970s, Nilsson se mudou para Londres e seu apartamento em Mayfair acabou sendo, involuntariamente, cenário de tragédias. A primeira foi quando o The Mamas & the Papas estava em tour na Inglaterra, o vocalista Cass Elliot se hospedou – e morreu – no imóvel, aos 32 anos, vítima de um ataque cardíaco. Para piorar, quatro anos depois, o baterista do The Who, Keith Moon também estava no apartamento quando morreu de overdose. A essa altura, vivendo na Califórnia e com um histórico desses, Nilsson vendeu o apartamento. Quem comprou foi o amigo e parceiro de banda de Keith, Pete Townshend.
Nos anos 1980s, a mal recebida trilha sonora de Popeye marcou a fase menos bem sucedida de Nilsson, que sentiu muito o assassinato de Lennon. Virou produtor de filmes, com vários problemas financeiros. Em 1991, regravou How About You para a trilha sonora de O Pescador de Ilusões, e em 1992, a canção do filme de Jim Carrey, Me Myself and I. No mesmo ano, fez sua última apresentação, ao lado de Ringo Starr, em Las Vegas.
Nilsson tinha nascido com problemas cardíacos congênitos e, fevereiro de 1993, sofreu um infarto, mas sobreviveu. Se empenhou então, para preparar coletâneas e gravar outro álbum, mas onze meses depois do infarto, outra parada cardíaca foi fatal. Tinha 52 anos. O material que preparou, inédito e de repertório, foram lançados póstumos.
One não costuma ser lembrada por sua gravação, esse sucesso é Without You, mas ainda assim é uma das suas melhores gravações. E vale ser lembrada.