As princesas reescritas: a vez  de Branca de Neve

O mundo mudou e muito. No cenário atual de mulheres empoderadas e com liberdade não cabe mais restringir o “final feliz” com o casamento. E as princesas “originais” da Disney, a trinca de ouro formada por Branca de Neve, Cinderella e A Bela Adormecida, vinha se distanciando de seu público.

A primeira a passar pela “repaginação” foi Aurora, justamente perdendo seu protagonismo para Malévola, mas mantendo sua docilidade original.  O beijo do “verdadeiro amor” não foi pelo príncipe, mas pela própria Malévola com a relação maternal estabelecida entre ela e a princesa, um amor incondicional que reforça um vínculo de mãe, filha e amigas de uma forma muito bonita.

Cinderella veio em seguida, mas não fez muito pela personagem. A direção de Kenneth Branagh manteve o longa bastante fiel à personagem da animação e Lily James ficou perfeita. O destaque, no entanto, é para Cate Blanchett como a Madrasta Má. Não há uma redenção como Malévola, mas uma tentativa de contextualizar os maus tratos como uma expressão de ciúme e inveja. O príncipe é até mais atuante, mas a relação dele com Cinderella se mantém na fórmula “tradicional de amor romântico”.

Agora a Disney vem com Branca de Neve, em algum momento de 2022 ou 2023. Há polêmica da atriz que vai interpretar a personagem “branca como a neve, com lábios vermelhos como as rosas” porque ela é de origem latina. Rachel Zegler, americana de ascendência colombiana e polonesa, também será a estrela da refilmagem do musical Amor Sublime Amor.

Branca de Neve é uma personagem importante para o universo da Disney. Foi com o longa de 1937 que o estúdio fez História, lançando o primeiro filme de animação para o cinema. Walt Disney pessoalmente escolheu a história e hipotecou sua casa para terminar a produção. Ganhou Oscar especial e lançou um lucrativo segmento que até hoje é carro chefe da empresa.

A atriz e dançarina, Marge Champion, que faleceu com 101 anos em outubro de 2020, serviu de “modelo” para a imagem de Branca de Neve. O rosto da personagem, no entanto, é inspirado na austríaca Hedy Lammar. Agora a jovem Rachel tem o desafio de conquistar toda uma nova geração que não tem muita identificação com a princesa.

O papel mais importante nessa regravação ainda não foi mencionado: quem vai fazer a Rainha Má? A figura da vilã é uma das mais complicadas de todas as vilãs da Disney. Sua vaidade e insegurança a transformam em uma assassina e – eventualmente – uma bruxa. Será que vai ser, como Cruella e Malévola, revista e alterada? Ou será uma madrasta como a do desenho?

Na verdade já estou listando na minha cabeça quem poderá fazer a rainha nas telas… Algum palpite?

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