10 anos sem Roland Petit

No dia 10 de julho de 2011 o mundo da dança perdeu um dos seus maiores gênios, Roland Petit. O bailarino e coreógrafo francês perdeu a longa batalha contra a leucemia aos 87 anos.

Rolando Repetto Petit era filho de uma emigrante italiana e um dono de uma brasserie. Sempre dançando em casa, aos 16 anos ele foi matriculado na escola do ballet do Opera, onde conheceu Zizi Jeanmarie. Para ajudá-lo, sua mãe, Rosa, que era sapateira, criou sapatilhas especialmente para ele. As sapatilhas Repetto ganharam uma história no universo da dança por elas mesmas.

Roland era fã de jazz e logo se cansou das restrições clássicas, se aventurando em criar coreografias onde mesclava literatura, questões existenciais e outros tipos de música. Suas obras eram quase todas criadas para sua musa, a excepcional, Zizi. A grande oportunidade veio em 1942, quando Janine Charrat o convidou para criar peças para apresentações de uma noite apenas. Em apenas três anos, assumia a direção artística do Théatre des Champs-Elysées. Com essa companhia rodou a europa e agradou a crítica. Seu Le Jeune Homme et la Mort, criado para Jean Babilée é até hoje estonteante. Roland tinha apenas 22 anos e era uma estrela.

Seu romance com Margot Fonteyn foi dramático, mas também trouxe a virada no relacionamento com Zizi. enciumada, ela demandou não apenas uma decisão (se casaram), mas um balé que fosse para ela. Assim nasceu Carmen (merece um post sozinho e terá).

O casal se mudou para Hollywood em 1954, onde Zizi estrelou filmes e Roland trabalhou como coreógrafo (ele assina as danças de Papai Pernilongo, entre outros). Os dois voltaram para Paris nos anos 1960s e ele continuou em demanda. Criou peças como Cyrano de Bergerac e O Corcunda de Notre-Dame, que contaram com a colaboração de Yves Saint Laurent.

Em 1972 assumiu a direção do Ballet de Marseilles, onde ficou 26 anos (e onde descobriu Ana Botafogo). Foi lá que criou o genial Coppélia, em 1976 e Pink Floyd Ballet, para citar apenas dois. Em 1998 se mudou para Geneva, cinco anos depois de publicar sua biografia. Sua parceria com Zizi era única e dois formaram um casal extremamente influente na cultura francesa. Zizi faleceu em 2020, também em julho.

A originalidade, ousadia e beleza das obras de Roland Petit são inegáveis. Dez anos após sua despedida, ele ainda faz falta no universo do balé ainda hoje. Aqui fica minha homenagem ao gênio.

Reveja Zizi e Roland em Carmen.

E Roland, como Dr. Coppelius.

E com Moira Shearer em Cyrano de Bergerac

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