A maior canção de amor de James Bond, nada óbvia e emocionante

Quase todos os filmes de James Bond, a partir do segundo longa, abrem os créditos com uma canção interpretada por um artista famoso. Os títulos e as letras frequentemente revelam algo sobre a trama, mas efetivamente só pescamos depois de assistir. Houve uma exceção, hoje clássica. Em A Serviço Secreto de Sua Majestade, a canção principal só toca no meio da ação. We Have All The Time in The World, interpretada por Louis Armstrong, só entra na metade do filme, quando James se apaixona por Tracy Di Vicenzzo.

A canção de John Barry e Hal David, tem um andamento estranho e é totalmente diferente de qualquer outra já feita na franquia. Foi a última canção gravada por Armstrong, que faleceu logo depois. Para mim, é a mais emocionante de todas. Para explicar a razão, terá spoilers que potencialmente serão ressignificados em No Time To Die, que usa a canção nos créditos finais. Fica o aviso.

A Serviço Secreto de Sua Majestade é um filme que divide fãs. Um fracasso de bilheterias e críticas na época de seu lançamento, marcou o filme em que George Lazenby herdou o papel de Sean Connery, apenas para devolvê-lo no filme seguinte. Com suas derrapadas de figurino, é para mim (e tenho a companhia de Christopher Nolan e Sam Mendes) um dos melhores de toda franquia.

James está vulnerável, frustrado e encontra finalmente o amor de sua vida, Tracy, filha única de um dos vilões que acaba por ajudar ao genro. Isso mesmo, James Bond se casa nesse filme. Só que sua alegria e leveza só nos lembram, depois, que o casal não tem tempo e que a morte os ronda para acabar com qualquer esperança de felicidade.

O paralelo que assusta

Madeleine Swann tem muito de Tracy di Vicenzzo, que foi interpretada por Diana Rigg. Assim como Madeleine, o pai de Tracy também trabalhava para a Spectre, portanto quando as notas da canção tocam no filme No Time To Die, logo no início, tememos pelo paralelo. Para piorar, James repete mais de uma vez a apavorante afirmação we have all the time in the world. Quando a canção subir nos créditos finais, duvido que tenha um olho seco olhando para a tela.

Isso porque, no filme de 1969, Blofeld, que tinha escapado de James, mata Tracy, praticamente nos braços de James, que termina o filme desconsolado, chorando. Se você não se emociona com James segurando o corpo da mulher nos braços, voltando a sussurrar que os dois tinham todo o tempo do mundo, você não tem coração. A canção é extremamente triste quando vista em retrospectiva e receio pela vida não de Madeleine, mas de James. Muito medo.

We have all the time in the world
Time enough for life to unfold
All the precious things love has in store
We have all the love in the world

If that’s all we have
You will find we need nothing more
Every step of the way will find us
With the cares of the world far behind us

We have all the time in the world
Just for love nothing more nothing less only love
Every step of the way will find us
With the cares of the world far behind us

We have all the time in the world
Just for love nothing more nothing less only love

Ouça:

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