Nós – não súditos – frequentemente confundimos a Família Real com celebridades e ricos, acertando na fortuna mas esquecendo de que a Nobreza é baseada em conceitos datados, preconceituosos e desconectados com os valores mundiais atuais. São de linhagem milenar, acostumados a serem tratados com deferência e diferença, muitas vezes até parecendo que estão acima das leis dos plebeus. Toda a atitude e absurdo do processo contra o Príncipe Andrew é prova disso.

Há anos o filho predileto de Elizabeth II tem sido acusado de ter tido relações sexuais com menores e sua amizade com o milionário Jeffrey Epstein, e sua parceira, Ghislaine Maxwell era inegável e inconfortável. Em 2021, uma das sobreviventes do abuso sexual liderado por Epstein, Virginia Giuffre, tomou a frente e abriu um processo criminoso contra o príncipe e a ação judicial vem se arrastando por conta da falta de colaboração de Andrew. Ele nega todas as acusações, mesmo com provas claras de que conhecia Virginia (ele nega até isso) e, com toda recusa de receber os documentos oficiais, só demonstrou para a opinião pública de que está com medo da verdade. Depois de tentar se desfazer da acusadora, agora a Defesa alega que no acordo que ela fez com Epstein, pelo qual recebeu meio milhão de dólares, Virginia teria concordado de excluir processar outros envolvidos, algo que se estenderia ao príncipe.

A Justiça americana deve dar a resposta ainda essa semana sobre o pedido, mas é improvável que concorde. E sim, apesar de Nobre, Andrew pode ser condenado à prisão. Aparentemente, é algo que ele acredita que nunca acontecerá.

Qualquer que seja a determinação, Andrew já manchou o reinado de sua mãe, de forma inesquecível e inquestionável. Algo que Elizabeth II jamais pensou para seu Jubileu de Platina.