A notícia de que depois de revisitar uma história francesa verdadeira em O Último Duelo, Ridley Scott vai emendar com uma biografia sobre Napoleão Bonaparte anima os apreciadores da História. E melhora! Ninguém menos do que Joaquin Phoenix será o Imperador francês, marcando a volta de trabalhar com o diretor depois de Gladiador, há 22 anos, onde interpretou outro imperador, o temido Commodus. Aliás, pelo qual merecia ter levado um Oscar.
As filmagens de Kitbag vão começar agora, em janeiro de 2022 e segundo o diretor terão seis grandes batalhas. Abordar a vida de Napoleão aumenta a lista de biopics do diretor, que adora uma história real.


Para interpretar o grande amor de Napoleão, Joséphine, a escolhida tinha sido Jodie Comer, que estava em O Último Duelo, mas, por conta de conflito de agenda a atriz teve que ser substituída por Vanessa Kirby,a eterna princesa Margaret de The Crown. Tem tudo para ser um filme incrível e as filmagens começam mês que vem e deve entrar na plataforma da Apple TV Plus.


No roteiro assinado por David Scarpa, relembraremos a ascensão e ambições políticas do general francês, assim como sua trágica e infeliz história de amor com Joséphine de Beauharnais, que teve um papel de destaque na ascensão política, mas , como grandes histórias de amor, não termina bem. Segundo Ridley Scott, a ligação e dependência dos dois não são apenas complexas, mas marcantes para a História.
Enquanto a escolha de Joaquin para interpretar Napoleão seja acertada, as duas escolhas para Joséphine são curiosas, afinal ela era seis anos mais velha que o general, viúva e mãe de dois filhos quando conheceu. Tanto Jodie como Vanessa estão na casa dos 30 e poucos e são mais de 10 anos mais jovens que Joaquin. Teremos que usar a imaginação.


Napoleão Bonaporte tinha apenas 20 anos quando aconteceu a Revolução Francesa e, na época, servia no Exército francês. Brilhante estrategista, foi General com apenas 24 anos e, aos 35, Imperador.
Joséphine entrou na vida de Napoleão quando ele, aos 26 anos, já estava se destacando, mas ainda não tinha o poder que viria a conquistar. Baixinho e sem modos, se encantou com a viúva de um nobre que foi executado na guilhotina, uma mulher de postura elegante e refinada. Segundo ele mesmo escreveu, foi a primeira a lhe inspirar um sentimento de segurança e se apaixonou perdidamente por ela.
Joséphine de Beauharnais se casou muito jovem com um nobre, em uma união sem amor ou estabilidade. Após a execução do marido, sem ter como sobreviver, dependia financeiramente de seus amantes e eles eram todos poderosos, estendendo a ela parte de seu prestígio. A princípio, o futuro imperador se aproximou por interesse, mas em pouco tempo não sabia mais viver sem ela. Propôs casamento, mas ela hesitou em aceitá-lo porque não o amava ainda. Mudou de decisão por razões de lógica: estava envelhecendo e sem sustento. Foi a escolha acertada.


Napoleão era obcecado pela esposa. Suas cartas de amor, escritas nos campos de batalha, sobreviveram ao tempo. Joséphine, pelo menos nos primeiros anos, manteve outros amantes. Após as vitórias militares, houve uma primeira crise de ciúmes entre os dois por causa dessa relação aberta, com o marido ameaçando pedir divórcio, mas no final das contas acabou perdoando a mulher e o casamento ganhou força.
Como líder militar e político de peso, Napoleão era Rei na prática, mas não oficialmente. Isso mudou em 1804, quando ele mesmo se corou Imperador. Infelizmente, a consequência foi perder o amor de sua vida.
Aos poucos a relação se inverteu e de indiferente, Joséphine passou a ter crises de ciúme das amantes do marido (“ela não entende que minha amante é o Poder”). Brigavam constantemente, mas se reconciliavam rapidamente. Como uma mulher que sabia as regras de seu tempo, a Imperatriz sabia que tinha os dias contados. Aos 46 anos, já não poderia mais dar um herdeiro tão necessário para criar e manter a dinastia Napoleônica. Seu desespero era inútil, pois conhecia bem seu marido e sabia que ele teria o que queria de qualquer maneira. Nesse caso, um filho.



Dito e feito. Mesmo sofrendo, em dezembro de 1809, os dois se divorciaram para que ele pudesse se casar com uma jovem de 18 anos. Segundo ele mesmo disse, era um “sacrifício pela França”. Se separaram ainda apaixonados, mas em acordo com o Dever. Segundo consta, no dia da despedida andaram de mãos dadas embaixo da chuva até que chegou a hora de partir. A vida de ambos jamais seria a mesma novamente. E Napoleão insistiu que a ex-mulher mantivesse o título de Imperatriz.
Napoleão conseguiu seu herdeiro, mas perdeu sua estrela da sorte. Quando foi exilado em Elba, depois de suas derrotas, Joséphine se desesperou. Implorou para acompanhá-lo, mas foi recusada. Seis anos após a separação, Josephine morreu aos 50 anos, em casa. Ao ser avisado, Napoleão se trancou isolado por dois dias, sem comer ou aceitar visitas. Ao morrer, sete anos depois, ainda pensava na ex- mulher. Suas últimas palavras foram: “”França, Exército, Comando do Exército… Joséphine“.
O Brasil tem uma ligação com o amor de Napoleão. A neta de Joséphine, Amélie of Leuchtenberg, foi a segunda mulher de Dom Pedro I, após a morte da Imperatriz Leopoldina. Por causa de seus herdeiros, as famílias reais da Suécia, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega e Suécia descendem de Joséphine. Mas foi sua história de amor com Napoleão que a colocou seu nome nos livros de História e, certamente, terá protagonismo no filme de Ridley Scott. O resultado? Só veremos em 2023…


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