Hoje, 30 de janeiro de 2022, uma das maiores lendas do teatro e cinema completa 85 anos. Vanessa Redgrave, herdeira de um dos DNAs mais puros do teatro britânico, mãe e sogra de mitos por si só (Natasha Richardson, Liam Neeson e Joely Richardson), vai ser sempre lembrada por filmes como Blowup, Julia e Camelot, entre outros. E a idade não a fez parar: segue na ativa, tanto em filmes como no teatro. Vanessa é, de fato, uma lenda.
Se alguém duvidasse que Vanessa nasceu para ser atriz, então o fato de que Sir Laurence Olivier interrompeu uma apresentação de Hamlet, para anunciar no palco o seu nascimento, cimentou qualquer dúvida. “Uma grande atriz nasceu hoje”, avisou Olivier. Seu pai, Michael Redgrave, interpretava Laertes na ocasião e as palavras do mais respeitado ator shakespereano na História foram proféticas.
Aos 17 anos, a lindissíma e alta (tem 1m80) Vanessa entou para escola de teatro. Estreou nos palcos apenas 5 anos depois, já trabalhando com astros como Laurence Olivier, Charles Laughton e Albert Finney. Rapidamente ganhou respeito dos críticos e do público, já sendo a principal em peças como A Primavera de uma Solteirona (mais tarde um filme que rendeu o Oscar para Maggie Smith) e, claro, peças de Shakespeare.


Embora tenha estreado no cinema em 1958, foi em 1966, com Blowup – Depois daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni que alcançou o estreato mundial. No mesmo ano, foi indicada ao Oscar pela primeira vez por Deliciosas Loucuras de Amor, um filme que coestrelou com seu pai e venceu em Cannes como Melhor Atriz. Daí para frente fora sequências de filmes que destacavam seu grande talento dramático, como Isadora (biopic sobre a bailarina Isadora Duncan), Camelot, Mary Stuart- A Rainha da Escócia (outra indicação ao Oscar) até chegar em Julia, em 1977, quando recebeu o Oscar de Atriz Coadjuvante e usou o palco para fazer um discurso político.



Muitos apontam que o ativismo de Vanessa atrapalhou sua carreira no cinema, porque além de pacifista, ela defende acausa palestina. Ainda assim, colecinou Emmys e outros prêmios ao longo da vida. Aos poucos foi ficando mais com papéis coadjuvantes (e pontas como a que fez em Missão Impossível, com Tom Cruise).


Sua vida pessoal também fez a alegria dos tablóides britânicos. Seu primeiro marido, e pai de suas filhas, Tony Richardson teve um caso com Jeanne Moreau e deixou Vanessa por ela. A atriz logo se envolveu com seu colega de elenco em Camelot, Franco Nero com quem teve um filho, mas o deixou por Timothy Dalton, com quem trabalhou em Mary Stuart. A relação com Timothy Dalton, na época, gerava surpresa por conta da diferença de idade entre os dois de quase 10 anos. Ao reencontrar Franco quando filmaram Cartas para Julieta, aparentemente inspirados pela história, os dois reacenderam o romance e se casaram oficialmente, em 2006. Estão juntos até hoje.


Vanessa era muito ligada à irmã, Lynn Redgrave, e às filhas, sofrendo um grande baque quando Natasha moreru aos 37 anos, em um acidente de ski e Lynn apenas um ano depois, por causa de um câncer. Ainda assim, segue trabalhando e colecionando prêmios e elogios.
Esse ano, Vanessa finalmente aceitou a honra da Monarquia britânica e passou a ser Dame Vanessa Redgrave. Ela tinha recusado o título em 1999, em protesto à decisão de Tony Blair de apoiar a Guerra no Afeganistão.
Uma curiosidade a mais? Vanessa é a única atriz a ter interpretado três rainhas inglesas: Ana Bolena, em O Homem Que Não Vendeu Sua Alma, Mary Stuart, em A Rainha da Escócia e Elizabeth I, no filme Anônimo. Quem é realeza nunca perde a majestade!


