Dia 29 de abril é o Dia Internacional da Dança. E a data foi escolhida em homenagem a Jean-Georges Noverre, considerado um dos criadores do balé moderno e que completaria 295 anos nessa data.
Filho de um soldado suíço ao serviço da Coroa Francesa, Jean-Georges nasceu em Paris e estudou dança com Louis Dupré, estreando nos palcos em 1743, na Opéra-Comique de Paris. Como o Rei Louis XIV, o rei sol, era louco por dança, não demorou a se tornar mestre de balé, em Versalhes. Afinal, foi lá que surgiu a primeira escola de dança, porque o Rei não apenas era um exímio dançarino como queria que todos os nobres dançassem bem também. Depois da França, Jean-Georges , dançou e ensinou em Londres, Berlim e Lyon, antes de voltar para Alemanha.
Na corte do duque Eugen de Württemberg, o coreógrafo estreou seu grande balé de ação, Médée et Jason, ficando famoso e criando quase uma centena de obras, principalmente em Stuttgart e Viena.



Ao retornar para Paris, voltou a atender aos nobres franceses, em especial retomando contato com sua ex-aluna e futura rainha, Marie-Antoinette. Ela o nomeou Mestre de Ballet na Académie Royale de Musique, onde ficou até 1781, colaborando Mozart para Les Petits Riens. Se refugiou em Londres durante a Revolução Francesa e só voltou em 1760, escrevendo dois livros com sua visão vanguardista do balé, que considerava como uma arte por direito próprio através da ligação de música, cenários e direção. Jean-Georges também é creditado de ter trazido a mímica para a dança que foi a semente do ballet clássico e que permitiu que a dança se tornasse parte integrante da ação.
Jean-Georges, na verdade seguiu o caminho aberto pela dançarina Marie Sallé que rejeitou as convenções e surpreendeu o público trazendo drama, realismo, e gestos naturais para a dança. Abandonou as máscaras que os dançarinos sempre usavam para esconder expressões faciais, e adotou tecidos leves para a movimentação. Ao unir música, figurino, cenário e coreografia, com balés narrativos com enredos cativantes e personagens poderosos, inovou o mercado. Seu maior orgulho foi ter simplificado as alegorias na vestimenta e exigir ação, movimentações na cena e expressão à dança. Até hoje chamamos o ballet de “ação”como ballet-pantomima, termo dado por Noverre.
Nessa sexta, os fãs de ballet têm mais uma razão para matar as saudades.

