O que Marilyn Monroe merece é nosso amor

*como será publicado no Correio do Estado


Em 1962, aos 36 anos, Marilyn Monroe estava considerada acabada e “velha” para Hollywood. Sua fama de problemática, insegura e sempre atrasada era maior até do que da sua beleza, e, somada com dependência alcóolica e de remédios, formava uma combinação bombástica.

Embora ainda popular, “ninguém” queria trabalhar com ela, tanto que foi sumariamente demitida de seu último filme. Biógrafos alegam que os estúdios sabiam com antecedência, mas a gota d’água teria sido ela ter deixado as gravações para participar da festa de aniversário de John Kennedy. E chegou atrasada para a a cerimônia também…

Quem é fã da atriz e já ouviu as gravações de suas últimas entrevistas sabe que em seus últimos dias de vida Marilyn estava angustiada, amargurada e amarga, sem um companheiro (que era considerado um fator de sucesso importante na época) ou nem mesmo uma carreira. Para uma mulher que foi abandonada desde a infância, era voltar à estaca zero e era um momento particularmente delicado portanto, quando seu corpo foi encontrado sem vida na sua casa, no dia 4 de agosto, não foi efetivamente uma surpresa, apenas uma tristeza antecipada.

Mas se os executivos não queriam mais Marilyn, o mundo nunca aceitou sua morte prematura, tão sozinha e misteriosa. Conspirações sobre o que “realmente” aconteceu começaram imediatamente e – mesmo 60 anos depois –permanecem fortes. Tanto que a Netflix lançou um novo documentário sobre sua vida e morte, O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas que prometia uma surpresa. Desculpe estragar, mas não há nada de novo. Os fatos seguem mantendo que a morte foi suicídio ou acidental, mas, o que o repórter Anthony Summers, cujo livro Goddess foi publicado nos anos 1980s, depois da reabertura da investigação sobre a morte da estrela, consegue nos convencer é que as circunstâncias da morte da atriz foram alteradas para encobertar seu envolvimento com os irmãos Kennedy.

A diretora Emma Cooper, chegou ao autor quando produziu o documentário sobre o desaparecimento de Madeleine McCann para Netflix (se ainda não viu, corra para ver porque é espetacular), que foi tema de outro livro de Anthony ao lado de sua esposa, Robbyn Swan: Looking for Madeleine.  Ao descobrir que Anthony tinha mais de 600 entrevistas gravadas com testemunhas, amigos e envolvidos, pessoas que nem mais estão vivas, ela sabia que tinha um material espetacular pedindo para ser revisitado. Especialmente no ano em que se completam 60 anos de morte da atriz.

Por isso, revisitar sua origem e morte é sim emocionante, embora o recurso de usar atores dublando as fitas não tenha sido unanimidade. Como alguns críticos lembram, a morte trágica de Marilyn virou o fato mais lembrado de toda sua carreira, algo particularmente triste para uma estrela que buscou sempre dar o melhor em todas suas atuações. Encontrar seus filmes clássicos nas plataformas não é difícil e seria uma melhor homenagem, mas, em agosto falaremos mais sobre isso. Por hora, fica a dica de sim, dar uma olhada no documentário. Marilyn Monroe merece todo nosso amor. Era tudo que ela queria.

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