A nova geração de Peaky Blinders será o coração do filme

A série Peaky Blinders concluiu sua narrativa deixando em aberto várias pontas para serem amarradas no filme que será feito. E, claramente, liderado pela geração mais nova da gangue: Duke e Finn, certamente.

Erasmus “Duke” Shelby (Conrad Khan) e Finn Shelby (Harry Kirton). Tio e sobrinho, de idades próximas, mas lados opostos.

Fomos apresentados a Duke apenas na etapa final da história. É o filho que Thomas Shelby (Cillian Murphy) só descobriu ter décadas depois, mas abraçou sem reservas e passou a liderança dos negócios. Essa aprovação plantou a semente dramática central para o filme prometido por Steven Knight, pois Finn – e Charles (filho legítimo de Tommy e Grace) jamais teve mesma atenção ou deferência.

Quando conhecemos os Peaky Blinders, os irmãos Shelby já tinham voltado da Guerra, traumatizados e retomado os negócios, liderados por Polly Gray (Helen McCroy) quando os homens estavam longe. E, de todos irmãos e filhos, o caçula, o pequeno Finn Shelby, sempre de lado e observando. Ele agora promete ser mais perigoso que Michael Gray (Finn Cole) . E trazer ainda mais dor.

Durante o hiato antes da última temporada, teorizamos, revisamos detalhes, mas no final – seja pelo plano original ou a morte prematura de Helen McRoy, que alterou a narrativa, uma das possibilidades mais óbvias calhou de ser a verdadeira. O grande traidor foi Billy Grande (Emmett J Scanlan). Aproveitando a inocência de Finn, que compartilhou a informação sigilosa, ele revelou ao I.R.A. sobre a tentativa de assassinato de Oswald Mosley (Sam Caiflin) e provocando uma série de mortes, inclusive a de Polly. Gina Gray (Anya Taylor-Joy) e Mosley eram amantes, Michael mudou a justificativa de querer matar seu primo Thomas por vngança da morte de Polly, Thomas estava trabalhando para Churchill e não consegue parar o fascimo na Inglaterra, mas consegue vingar a morte de sua tia. No meio do caminho perde sua filha Ruby, e leva Lizzie Stark (Natasha O’Keeffe) ao limite, se separando dele e levando o filho de Thomas e Gracy, Charles, com ela. Charles é outro que deve ter relevância no filme.

Peaky Blinders já estava mostrando o conflito de gerações há algum tempo. Michael e Gina Gray tiveram a dura reunião de cúpula onde queriam tomar as rédeas e depois declararam guerra aos Peaky Blinders. Estava tudo parecendo sugerir que a competição e o drama entre Michael e Thomas seria vital para a trama, com Polly tendo que escolher entre os dois. Mas essa vertente perdeu sua força com a morte da atriz antes das gravações. Tanto que a participação de Michael ficou radicalmente reduzida. Sua motivação de “vingança cega” ficou um pouco forçada e é isso que acaba lhe custando a vida. Sem Polly, sem Michael.

Outro antagonista era Oswald Mosley, porém se tratando de uma pessoa real, havia limitações para crescer na ficção. Seu destino não poderia ser afetado por Thomas e mesmo os americanos, parentes de Gina, são muito maus, mas não deram medo. Dessa forma, enquanto a 6ª temporada tratou de concluir o plano de Thomas, estava sem um antagonista real. E o grande predador dos Shelbys é um Shelby genuíno, o “pequeno” Finn.

Escolha curiosa, mas profunda. Dos irmãos, Finn é o que menos se destacou ao longo da história, virtualmente “protegido” pelos irmãos e irmã mais velha, mas sendo essencialmente ignorado e deixado de lado. Desde o início da série Finn é zoado pelos mais velhos, sem um papel definido, jamais tendo conseguido se provar para os irmãos. Paradoxalmente a superproteção de todos conduziu o rapaz a romper com sua família. Finn é uma incógnita perigosa. Sua falta de conexão com os Shelbys é tão óbvia que nem Thomas ou Arthur (Paul Anderson) vão pessoalmente confrontá-lo pela traição que provocou a morte de Polly. Mandam Duke, recém chegado. Não é surpresa que Finn passe a odiar o sobrinho.

E sobre a dúvida de Finn de qual lado escolher, há muito o que explorar. Temporão, foi cuidado pelas mulheres Shelby, mas mesmo sua mãe adotiva, Polly, o deixa quando reencontra seu filho verdadeiro, Michael. Arthur e John até davam alguma atenção, mas seguiam as ordens de Thomas e formaram famílias. Finn ficou a mercê das sobras que pegava de todos. Nem quando John foi assassinado os Peaky Blinders deram a Finn um lugar de destaque no grupo. Assim como Duke, Michael subiu mais rápido do que Finn quando foi trazido para a gangue. Não há dúvidas que para Finn era doloroso ser um Shelby e ver outros com maior proeminência.

No final das contas, os Shelby protegeram tanto Finn que tiraram dele a conexão essencial para ser um Peaky Blinder de verdade. Dessa forma, Finn Shelby passa a ser potencialmente o grande vilão da saga e seu retorno não será sem dor.  

O longa metragem é um projeto anunciado há muitos anos, ainda não saiu do papel. Com a sobrevivência de Thomas, ainda há o que mostrar de sua luta contra Mosley, que eventualmente será preso. Mas será lidar com a dor da traição de Finn que trará o elemento dramático para os Peaky Blinders. Uma nova geração, a mesma kama da anterior.

E vamos aguardar o filme!

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