Já postei algumas vezes aqui sobre a vida romântica da futura Rainha Rhaenyra Targaryen em House of the Dragon. Mais conhecida no universo de Game of Thrones por ter protagonizado a mais sangrenta guerra civil em Westeros, lutando com seu meio-irmão, Aegon II, pelo Iron Throne, seu trágico destino foi marcante nas páginas violentas da história da franquia. A série tem trazido mais contexto para uma série de fatos e fofocas sobre Rhaenyra, que enfrentou uma sociedade misógina que não aceitava mulheres empoderadas.
Como temos visto, a princesa tem uma personalidade forte e uma cabeça moderna: sabe que terá que ter filhos, mas a morte de sua mãe (de parto com um meio-irmão que não sobreviveu) a marcou de forma que suas atitudes são vistas como rebeldes (nos melhores dias) e inconsequentes (pelos inimigos). Há verdade nas duas visões. Rhaenyra não se conforma com o papel das mulheres em uma sociedade opressora e tem consigo que vai mudar tudo quando se sentar no trono. Se os homens já temiam uma mulher como Rainha sem essa convicção, imagine com ela!
A relação afetuosa e romântica que desenvolveu com seu tio, Daemon, será marcante, mas não a mais significativa de todas, alguns suspeitam. A iniciação sexual despertada por uma visita a um bordel acabou em uma noite de sedução com Ser Cristan Cole e a vida de Rhaenyra vai para sempre estar conectada com essa travessura.


Diferentemente do livro, que coloca Rhaenyra como a parte ofendida e desprezada na relação, é Sor Cristan que revela um lado violento e vingativo quando percebe que era apenas uma aventura para ela. Ele se dedica com paixão à causa de Alicent Hightower, outra pessoa frustrada e invejosa, que quer impedir que Rhaenyra seja rainha.
No meio dessa crise, a princesa foi casada por conveniência com seu primo, Laenor Velaryon, mas vai se apaixonar. Isso mesmo, teremos um salto de 10 anos e vamos reencontrar Rhaenyra com nada menos do que três filhos… nenhum que se pareça com o marido. Ao seu lado, fiel, protetor e dedicado estará Ser Harwin Strong.
Uma questão de estratégia política, provocada por um erro de Viserys II, desviou a Paz do reino para sempre. Quando ficou viúvo, o Rei foi pressionado a se casar novamente e a eleita era uma menina de 12 anos, Laena Velaryon. Se casar com ela fortaleceria a ligação dos Velaryons e Targaryens, compensaria o fato de que Viserys era rei no lugar da mãe dela, Rhaenys e tudo estaria bem. Mas Viserys caiu na jogada de Otto Hightower e elegeu a jovem de 15 anos, Alicent, como esposa. Seguindo seu coração envolvido pela moça (plantada pelo pai para se vender ao Rei), em um dia Viserys perdeu poderosos aliados e jogou a filha, Rhaenyra, em um espiral depressivo agressivo, a deixando suscetível ao charme de Daemon Targaryen e propícia a agir sem pensar.


O pai de Ser Harwin, Ser Lyonel Strong, era um dos melhores e mais precisos conselheiros do Rei. Quando chegou a vez de casarem Rhaenyra, seu filho era um dos nomes fortes (desculpe a piada) da lista, mas Ser Lionel – íntegro como Ned Stark – não forçou a barra nem aproveitou a chance. Foi ele que sugeriu a Viserys a remendar os erros casando Rhaenyra e Laenor, indiretamente acelerando a crise. A “culpa” não era de Sor Lionel, mas o erro irreparável que Viserys cometeu quando escolheu a segunda mulher.
Ser Harwin fez jus ao nome da casa e era o homem mais forte do reino, exímio soldado (faz parte da tropa comandada por Daemon), conviveu com a princesa desde que ela era muito nova, a observando de longe e flertando quando possível. Ele foi testemunha primordial da noitada bafão da menina com o tio, mas manteve seu silêncio. Dançou com ela no casamento, a defendeu quando Ser Criston perdeu a linha… e será o grande par romântico de Rhaenyra por mais de 10 anos. A Internet está bombando de memes chipando o casal e eu embarco na teoria que haverá amor verdadeiro entre eles, assim como uma compreensão ímpar dele – oposta a de Sor Criston – de entender as regras do jogo. Infelizmente Sor Harwin tem mais do que inimigos nos Verdes, tem em sua própria família a cascavel que provocará sua queda… e morte. Seu irmão, Larys Strong.
A Casa Strong é de Riverland, fiel aos Targaryens desde que Aegon I, o Conquistador dominou o continente, com posse do maior castelo de Westeros: Harrenhal (almadiçoado, como sabemos). Ao longo do tempo, muitos representantes nos reinados dos Targaryens.


A Semente é Forte
O lema dos Strongs, A Semente é Forte, se traduz claramente nos três filhos de Rhaenyra. Embora sejam Velaryon em nome, Jacaerys, Lucaerys e Joffrey se parecem com Ser Harwin, companheiro inseparável da princesa. A relação de aceitação e familiaridade entre Rhaenyra, Laenor e Harwin desafia os tempos atuais, ainda mais em um universo medieval. E quem não suporta o equilíbrio é Alicent, que quer expor o trio para que seu filho, Aegon II, ganhe preferência na sucessão.
Como vemos nos dois trailers dos próximos episódios, Ser Harwin vai cuidar pessoalmente da educação dos príncipes Velaryons, especialmente no ensinamento de batalha. Depois do casamento, já sabemos que Ser Criston é especialista em provocar brigas e criar bafões, alguém se surpreende que ele e Harwin saiam no tapa?


O estranho é que aparentemente Ser Criston “perde” a luta, mas é Harwin que é expulso. Isso mesmo, Alicent arma tudo para que se ele não seja afastado por decência, que seja por fofoca. E consegue com isso tirar Ser Lionel da posição de Mão, fechando com chave de ouro com a providencial morte dos dois no incêndio em Harrenral.
Quem ajuda Alicent em tudo isso é Larys Strong, invejoso como ela e ambicioso como o pai dela, Otto, que voltará triunfalmente para King’s Landing. Isolada em Dragonstone, Rhaenyra sofrerá outro golpe quando Laenor morre em circunstâncias igualmente suspeitas. A união com Daemon surge dessa oportunidade, criada por inimigos, mas fatal para o jogo dos tronos.

