Ligações Perigosas foi um best seller desde antes da Revolução Francesa e, de alguma forma, um relato direto e genuíno da devassidão da Corte Francesa. Foi considerado tão inovador em sua narrativa e tão preciso com os fatos que muitos – por muitos anos – sustentaram que não era uma obra de ficção.
Embora fascinante, a história demorou a chegar às telas e aos palcos, mas a versão de Christopher Hampton foi a que ganhou Oscar e passou a ser referência do material escrito por Choderlos de Laclos. E é ele que está por trás da excelente série da Lionsgate +, que chegou ao Brasil no início de novembro e já tem uma segunda temporada garantida. Como produtor executivo, certamente o dramaturgo é uma boa fonte para a proposta interessante da série, a de mostrar a juventude da Marquesa de Merteiul e, claro, Valmont. Em outras palavras, como se tornaram as péssimas pessoas que conhecemos no início do filme. A showrunner é Harriet Warner.


A série de oito episódios se propõe a ser “um prelúdio” da história, nos apresentando como Camille, uma jovem que precisou se prostituir para viver ascendeu socialmente até ser a Marquesa de Merteuil e como, Pascal Valmont, um jovem libertino precisou brigar para ter ser título de nascença – Visconde de Valmont restituído. No meio de uma Paris decadente e pré-revolucionária, os jovens se apaixonam, mas seus interesses e necessidades imediatas o colocam, desde então, mais como oponentes do que amantes.
Alice Englert é Camille e Nicholas Denton, Valmont, mas é a espetacular Leslie Manville, que também está em The Crown, que promete dominar a primeira temporada, como a Marquesa de Merteuil original. Isso mesmo, como mentora de Camille, ela vai ensinar à jovem como vencer na devassa sociedade parisiense. Atriz premiada e respeitada, Leslie trás para sua Marquesa a angústia, a frustração e a segurança feminina que farão da próxima Merteuil uma mulher infalível. Afinal, Camille aprenderá com a melhor como navegar e ganhar poder em um mundo de homens. O mote da série vem do que acontecerá no futuro entre os amantes: “Não é amor… é guerra“.


Alice traz a paixão para Camille que mais tarde ela aprende a omitir e está ótima, mas é Nicholas que resgata o charme irresistível de Valmont, eternizado por John Malkovich nas telas. Pelo menos no primeiro episódio a série mostrou ritmo, excelente reconstituição de época e linda trilha sonora. Tem tudo para engajar!
Veremos ainda Carice van Houten, de Game of Thrones, como a recatada Jacqueline de Montrachet, Michael McElhatton como o Marquês Jean de Merteuil e outro que saiu de Game of Thrones, Tom Wlaschiha, aparecerá na série. Como curiosidade, se achar que a jovem Mia Threapleton lembra alguém é porque a jovem, que faz uma colega de prostíbulo de Camille, é a primogênita de Kate Winslet, nos mostrando que talento está mesmo no DNA da família…



Os episódios sobem na plataforma todos os domingos, vamos acompanhar todos!