Para os não versados em Star Wars é bem difícil “aproveitar” a riqueza de informação que The Mandalorian apresenta, especialmente se não tiver visto Star Wars Clone Wars e Star Wars Rebel. Mas, com paciência, não apenas curte as impressionantes sequências de ação, como tenta torcer para o lado certo. Pois é, há muito espaço cinzento em personagens importantes, como Bo-Katan (Katee Sackhoff) cujo passado tem alguns momentos questionáveis.
Voltamos à semente plantada no início da temporada, quando o Alto Magistrado Greef Karga (Carl Weathers) pediu ajuda à Din Djarin (Pedro Pascal) devido à recorrente ações piratas em piratas em Nevarro. Din tinha a prioridade de voltar a ser um Mandalorian e deixou o planeta, que agora foi atacado por Gorian Shard (Nonso Anosie), forçando Greef Karga a fugir com quem conseguiu escapar. Ele – como já tinha feito – pede ajuda, mas a distância do planeta, a aparente Paz e organização pós rebelião estão criando muitas oportunidades para que o fiéis ao Império se reorganizem. A esse ponto, a insistência dos superiores de ignorarem os sinais já é criminoso e incompetente. O único que se preocupa com o que está claramente acontecendo é o capitão Carson Teva (Paul Sun-Hyung), que tenta de alguma forma ajudar.
Pausa para a sensacional aparição de Zeb Orrelios, de Star Wars Rebels, breve mais bem-vinda.
Voltando à ação.

Desde que voltamos com The Mandalorian ainda não reencontramos Moff Gideon (Giancarlo Esposito) supostamente preso e julgado. Ouvimos rumores de morte, de fuga, mas nada concreto de que esteja pagando por seus crimes. Teva está preocupado com isso e em Coruscant reage com muita desconfiança quando reencontra Elia Kane (Katy M. O’Brian) e percebe imediatamente que sua reforma é falsa, ou minimamente, suspeita. Ela consegue entrar na reunião dele com um coronel da Nova República (Tim Meadows), que dentro de sua apatia além de não ver que há um risco, ignora o pedido (mas Elia fica duplamente informada dos problemas e atitudes).
Sem outra alternativa, Teva rastreia Din Djarin e os Mandalorianos. Mesmo sob pressão, dá o seu recado. Din, que defende a reforma de Greef Karga, junto com Paz Vizsla (Tait Fletcher) convence ao grupo de agirem e ao lado de Bo-Katan, Os Mandalorianos partem para a ação, conseguindo com agilidade dominar e liberar Nevarro do ataque pirata.
Aqui vem a virada da temporada. Depois da vitória, Armorer (Emily Swallow) conversa separadamente com Bo-Katan, a autorizando a remover o capacete e combinando com a princesa que os Mandalorianos se unir, não importa o credo e como ella viu um Mitossauro vivo, é importante que todos a vejam montando o animal, para começar uma nova era de Mandalorianos. Sua missão é encontrar mais Mandalorianos perdidos e retomar seu planeta natal. Apenas quem acompanhou todas as séries antes é que aprecia o ciclo completo de recuperação de Bo-Katan, embora há teorias ainda levantando a suspeita de sua recuperação.
Para piorar as dúvida, paramos com Teva descobrindo um transporte de prisão destruído no espaço, onde toda a tripulação foi morta depois de um ataque. Era justamente o navio que transportava Moff Gideon e assim tem a confirmação e alerta de que ele pode estar livre. Para piorar, um fragmento de Beskar encontrado no local sinaliza a participação de Mandalorianos no ataque. E agora?
Foi um ótimo episódio, sem barrigas ou cenas de aparência desconexa. A Primeira Ordem está se organizando como os rebeldes fizeram antes para derrubar o Império, na calada e nas frestas abertas quando o sistema traz um falso senso de segurança e conformidade. Vimos o espelho inverso em Andor. Como tudo em Star Wars, que é contado mesmo quando sabemos o que vai acontecer, não podemos nos encher de esperança… mas tem cara de que em breve esbarraremos com mais rostos conhecidos.