O ‘novo’ Noho Hank sofre de P.S.T.D.?

Noho Hank (Anthony Carrigan) foi o catalizador de tudo de bom e de ruim na vida de Barry Berkman (Bill Hader). Membro da máfia chechena em Los Angeles, era o braço direito de Goran Pazar, mas cria tanto caos com sua atitude sem noção que eventualmente assume a liderança dos negócios. Embora tão narcisista como todos na história, Hank tem uma doçura paradoxal com seu estilo de vida o que fez dele um dos mais queridos na série Barry. Sua trajetória transformadora sai de um inconsequente para um empático e positivo criminoso, mas agora para um soturno e sofrido sobrevivente. É que no final da terceira temporada, Hank sobrevive ao cativeiro boliviano, ouvindo amigos serem comidos vivos por um tigre e desde que saiu de lá não é mais o mesmo. Estaria ele com P.S.T.D.? A desordem pós traumática? Parece que sim.

Para entender a mudança, vale relembrar o papel de Hank no meio de tudo. Com uma atuação sensacional de Carrigan, Noho Hank começou como um bizarro e vaidoso mafioso que entrou em contato com Monroe Fuches (Stephen Root) quando Goran Pazar descobriu que sua esposa o traiu e queria matar o amante dela, o aspirante a ator Ryan Madison. Fuches traz Barry para o contrato e ele aceita porque estava em depressão profunda e queria tirar sua própria vida, o trabalho pode distraí-lo.

Hank e Barry se desentendem de cara. Primeiro o checheno fala muito e faz pouco, e quer um serviço rápido. Por ficar no pé de Barry, ele é o primeiro a identificar que o ex-fuzileiro perdeu o foco. Quando decide agir sozinho, traz o caos para todos. Os homens de Hank matam Ryan, o que incriminaria Barry, e por isso o mercenário os elimina. Porém Hank não apenas sobrevive como deixa sem querer sua câmera com as imagens do crime, que é encontrada pela polícia e identifica Barry. Para piorar, ele entrega Barry e Fuches para máfia chechena, os forçando a aceitar outro trabalho para compensar o primeiro. É o começo de muitas aventuras compensatórias, nunca permitindo que Barry efetivamente consiga mudar de carreira, como deseja.

E piora quando Hank se apaixona por Cristobal Sifuentes (Michael Irby), o representante da máfia boliviana. Ele alterna gratidão e raiva de Barry quando as coisas ficam complicadas, especialmente inadvertidamente sendo usado na complexa relação entre Fuches e Barry. Essa amizade volátil está numa fase ruim, com Hanks mais uma vez falhando em conseguir eliminar Barry.

A mudança de comportamento de Noho Hank alterou o humor da série também. Ele segue sendo divertidamente polido na pior das situações, mas está com uma expressão desiludida e é mesmo a consequência do trauma emocional e da violência chocante que sobreviveu. Essa tristeza que está cada vez mais clara me faz questionar se teremos Hank transformado no que ele queria ser incialmente – um frio assassino – ou se manterá sua positividade tortuosa que tanto passamos a amar.

Se depender de Fuches, não será bom. A obsessão do manipulador e abusivo ‘pai substituto’ de Barry é uma montanha-russa. Em cinco minutos quer o fuzileiro morto, depois salvo. Ele agora acha que os dois são como os irmãos de Rain Man. Como sempre, as circunstâncias mais bizarras ‘salvam’ Barry, que foge da prisão depois que o plano de Hank de matá-lo falha. A lista de vingança de Barry está longa, não sabemos suas prioridades: foi traído por Gene Cousineau (Harry Winkler), a quem provavelmente vai procurar e eliminar. Também está ciente que Hank contratou uma equipe para matá-lo, portanto Cristobal está em igual perigo. O final de Barry só poderá ser trágico e falta pouco para descobrirmos. Só queria que Noho Hank recuperasse sua alegria… será que dá tempo?

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