Love and Death: a nova versão de um crime absurdo

A história de Candy Montgomery é absurda do início ao fim. A mãe de casa perfeita que repentinamente se viu no coração de um assassinato brutal chocou os Estados Unidos nos anos 1980s. Já falamos dessa assustadora história aqui em Miscelana. Em 2022, a versão da Star Plus, Candy, com Jessica Biel, relembrou em detalhes o crime e agora é a vez da Max, com a série Love and Death, estrelada por Elizabeth Olsen. Três episódios estão disponíveis e param exatamente quando o inexplicável está para acontecer. Portanto, se você ainda não leu nada ou viu Candy, aqui começam os SPOILERS.

Candy (Elizabeth Olsen), apelido de Candace, assassinou com 41 machadadas, sua ‘amiga’, Betty Gore (Lilly Rabe) quando foi confrontada por ela sobre o caso extra-conjugal com o marido de Betty, Allan Gore (Jesse Plimmons). Candy alegou auto-defesa e conseguiu ser inocentada. Até hoje restam muitas dúvidas do que realmente aconteceu entre elas na tarde de 13 de junho de 1980, uma sexta-feira. Em geral, e é difícil discordar diante do número de cortes que desfiguraram Betty, que houve planejamento e frieza por parte de Candy, que estava inconformada com o fim de seu relacionamento com Allan depois que ele decidiu tentar se acertar com a esposa. No entanto, Love & Death nos surpreende na primeira etapa, trazendo empatia para a narrativa de Candy.

Nos três primeiros episódios, ainda mais do que em Candy, fica extremamente obvio que a diretora Lesli Linka Glatter está jogando com o esquecimento do caso e sua projeção (até então) local, para dar um novo olhar para a tragédia. Ela admite ter sido surpreendida pela série igual estar em produção ao mesmo tempo, mas acreditou na sua versão. Vi ambas e vi o filme dos anos 1990s, Vítimas do Ódio (Evidences of Love), estrelado por Barbara Hershey e a base da série Candy e estou intrigada pelo storytelling de Love & Death.

A primeira coisa que chama a atenção é que não houve nenhuma preocupação de transformar os atores em espelhos das pessoas reais. Elizabeth Olsen e Lilly Rabe “lembram” Candy e Betty, mas estão – desculpem a honestidade – mais bonitas. Parte do choque da história era a falta de atratividade obvia das duas mulheres, em padrões da época e atuais. Em especial, o look muito típico dos anos 1980s, o de ter um permanente no cabelo e que era a assinatura de Candy, não foi adotado por Elizabeth. Mas tudo bem, funciona ainda mais porque não nos distrai e mantém a atenção nas motivações reais de tudo.

Candy e Allan viviam casamentos felizes na fachada, mas sem sexo em casa. A frustração física de ambos os levou, por iniciativa e planejamento de Candy, a começar um caso apenas pela conexão sexual, sem jamais ameaçar os casamentos de ambos. Pat (Patrick Fugit) é mais interessado em ver TV do que estar com a esposa e Betty, que já tinha tudo um caso com outro, alternava períodos de profunda depressão com uma clara crise conjugal. Obviamente o plano de Allan e Candy estava condenado desde o início, mas alguma coisa aconteceu entre as duas mulheres que acelerou a tragédia. Apenas Candy sobreviveu para contar a versão dela.

Jessica Biel optou por uma reencenação assustadoramente parecida com a verdadeira Candance, mas que não é simpática à ela. A doçura de Elizabeth Olsen, mesmo quando é firme em seus confrontos, certamente trazem uma nova possibilidade de olhar para o crime. E olha é é difícil! Afinal, como 41 machadadas podem ser em legítima defesa? Veremos nos próximos episódios.

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