Se formos considerar qualquer mensagem de séries como Succession é que milionários são pessoas infelizes e cruéis. Não há ninguém que esteja no topo, nem os filhos do dono dos negócios, que tenha paz de espírito. Talvez Connor, que sabe sempre negociar para pegar mais e jamais se ofende de não estar envolvido nos negócios. Dos quatro filhos de Logan Roy, ele sabe melhor, mesmo que Roman diga que todos o consideram uma piada. Todos consideram todos os filhos uma piada.
A festa que em português traduziram como “rolezinho” em inglês é “tailgate” e é uma tradição americana de encontrar antes da grande partida, no caso, as eleições americanas e foi uma baixaria só. Verdades sendo ditas à torto e à direita, decepções e revelações. A principal, não me passou desapercebida, é a que alimenta a corrente de olho em Greg. Quando ele finalmente, a pedido de Kendall, consegue chegar à Lukas, recebe um elogio do sueco. Sempre parece irônico, mas ele avisa “faz parte do meu jogo deixar as pessoas pensarem que sou um idiota”. Vendo onde ele está, sei não…


Mas nada de Greg porque ele me irrita. A união entre os Roy é finita. Roman e Kendall se entendem, mas Kendall está à frente de tudo e Shiv acertou que ele jamais iria querer dividir o Poder. No entanto, não posso exatamente culpá-lo. Na sua arrogância, ainda não pescou o jogo duplo de Shiv – o que é uma falha – e abre com ela 90% de sua estratégia, mas o golpe final está guardando mais discretamente. Não torço por Kendall, mas em parâmetros Logan Roy ele está se saindo bem.
Roman, bom Roman está perdido. Sua articulação com a extrema direita assusta, ainda mais lembrando da imagem do trailer da temporada na qual está em meio à um ataque pelas ruas de NY comemorando. Aqui ele tenta se redimir com Gerri, mas não funciona.



Agora Shiv… esse é seu episódio. Ela reatou com Tom, mas ainda não entendeu que ele não é mais o passivo de antes. Ela não contou que está grávida, mas ele sabe de tudo que ela está fazendo pelas costas dos irmãos. Porém, quando percebe que todos riem dele e que o vêem descartado, inclusive por Lukas, Shiv não o defende e ele entende que “perdeu” tudo. A conversa franca que os dois têm é um show à parte de interpretação de Sarah Snook e Matthew McFadyen. Os dois falam tudo que eu gostaria de ouvi-los dizer. Shiv o acusa de interesseiro, manipulador e masoquista. Tom a faz entender que ela é má, que é uma pessoa insensível e quebrada sem chances de reparo. E que seria uma péssima mãe. A gente sabia que o casamento estava acabado, agora me parece que eles também. Será que ainda tem chance de se aproximar de Kendall, como Greg está fazendo? Ele tem nas mãos o mesmo potencial de “traição” como da temporada passada, mas não o vejo se repetindo.
Para piorar para Shiv, ela descobriu que Lukas a está usando e tem pressa para fechar o acordo, mas assim como seus irmãos, não a vê como CEO. Ela demanda um compromisso verbal que a coloque no cargo, mas ele ri e não se compromete. Para piorar, assim como Kendall, que ela criticou tanto, ele está manipulando os números. Shiv se ferrou porque está nas mãos de Tom e Lukas, que podem facilmente expô-la para Roman e Kendall, dando a eles a razão para perderem a culpa por a excluir.
Já tinha falado que Shiv tomou a decisão de apoiar Lukas por identificar nele uma espécie de Logan. A recusa dele confirmá-la como sua CEO enquanto ela se vê pronta, é exatamente a segunda temporada.
Próxima parada? As eleições presidenciais. Quem se importa?