Quando se chega ao status de Jennifer Lopez os veículos são adequados a ela, não ao contrário. Com A Mãe, lançado obviamente no fim-de-semana do Dia das Mães, é mais um caso de filme para mostrar um desfile de J-Lo fodona. Ela atira, ela seduz, ela é esperta, ela sobrevive, ela ama, ela luta e ela vence. E é praticamente o resumo do filme da Netflix.
A Mãe é a história de uma ex-soldado americana, exímia atiradora, que depois de voltar do Afeganistão se dedicou à uma “carreira” mercenária de venda de armas ilegais. De repente, ao se descobrir grávida, ganha uma consciência e dedura os dois ex-amantes (um dos dois é o pai da criança), mas obviamente o FBI não consegue assegurar sua sobrevivência e ela se vê obrigada a abrir mão da criança e ir se esconder em um lugar isolado. Seu instinto materno a faz fechar um acordo: caso a filha entre em perigo, ela vem salvá-la. O que é óbvio que acontece 12 anos depois, forçando as duas estranhas a conviverem e confiarem uma na outra.

Jennifer é linda, embora uma atriz restrita. Seu carisma compensa, claro. É o caso raro de uma estrela feminina que convence com perfeição quando está em um filme de ação ou comédia romântica. O único problema – além dos clichês – é que é um filme estilo anos 1980s, onde o “herói” é uma pessoa arrependida de seus erros, reclusa e capaz de superar um exército sozinho. Não que A Mãe tenha alguma pretensão de ser algo além do que é.
Não há profundidade em nenhuma personagem, vilões entram e saem sem explicação e são completamente cafonas, em especial Joseph Fiennes. O que Eddie Falco estava pensando ao fazer uma ponta de segundos? O que aconteceu com as pessoas escravizadas que estavam sendo traficadas por Gael García Bernal? Qual era a relação do agente do FBI interpretado pelo gatíssimo Omari Hardwick com a família adotiva da menina? Tudo isso é apenas pano de fundo para uma J-Lo circunspecta e de TUDO de constrangedor destaco a relação entre a mãe e a mãe loba. J-Lo exagerou nessa… no mais, Feliz Dia das Mães!
