“Sublime“. “Brilhante”. A estreia de Milly Alcock nos palcos foi similar à sua explosão mundial como Rhaenyra Targaryen em House of the Dragon. A atriz está na produção de As Bruxas de Salém (The Crucible) onde interpreta Abigail Williams, um papel icônico para jovens atrizes na faixa etária de Milly. “Allcock é brilhante em sua personificação da astuta e sedutora Abigail, que convence a cidade da culpa de seu ex-amante John Proctor (Ben Gleeson)”, diz o crítico da revista Tatler.

Abigail Williams é uma personagem inspirada em uma pessoa real e que esteve à frente os também reais julgamentos de bruxaria em Salém, Estados Unidos. Setenta anos depois da estréia da produção original, a montagem londrina usa de elementos modernos para ressaltar a atualidade do tema da peça de Arthur Miller: cancelamentos, fake news e motivações escusas para destruir as reputações e vidas de pessoas. Embora seja de certa forma uma armadilha reduzir a ação de Abigail como a de uma menina sedutora e vingativa, ela é de fato a antagonista da história, escondida atrás de sua juventude e aparente inocência. Como diz a crítica da Tatler, “Abigail, ela é uma serpente bem enrolada pronta para atacar”.


O Standard também elogia o talento de Milly como Abigail, dizendo que ela “é sublimemente aterrorizante como a vítima/sedutora adolescente” e que “às vezes ela parece uma criança, mordendo seriamente o lábio superior quando interrogada por promotores sacerdotais. Mas ela também pode manifestar uma carnalidade insolente e uma raiva temível e manipuladora”. Uma dualidade essencial para o papel que nunca esclarece se está planejando ou simplesmente abraçando a oportunidade de vingança.
O texto de Miller é um dos melhores do dramaturgo, com frases marcantes e personagens intricados. O autor usou como base o processo judicial ainda disponível em documentos – que mostram como o pânico gerado por um puritanismo opressivo causou a morte de 19 inocentes por fazer com que as pessoas acreditasse que estivessem “possuídos pelo demônio” – para traçar o paralelo com o macarthismo, um medo doentio dos americanos da “ameaça do comunismo”, um pensamento muito forte e o coração do que veio a ser chamado de Guerra Fria. E Abigail é a propulsora do drama.


Os fãs de House of the Dragon andaram decepcionados com Millie que descartou voltar a aparecer na série em flashbacks (e andou se queixando do peso da fama). Não importa. Com os elogio unânimes, só reforça que estamos testemunhando o nascimento de uma estrela.
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