Stevie e Lindsey: nova reconciliação?

Ele se amam e se odeiam na música e fora dela, e como já admitiram: pelo bem ou pelo mal, sempre estarão nas vidas de um e de outro. Poucos relacionamentos na história da música popular foram tão intensos, dolorosos e inspiradores quanto o de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham. O que começou como uma história de amor jovem e criativa no final dos anos 1960 se transformou em décadas de conflitos, colaborações geniais e ressentimentos públicos.

Agora, em 2025, a surpreendente notícia de uma reconciliação amigável entre os dois reacende o fascínio do público por essa parceria lendária — e complicada. Você leu certo. As trocas enigmáticas de posts entre dois indica que voltaram às boas e… quem sabe, voltarão aos palcos? (Stevie escreveu “se seguir em frente” e Lyndsey respondeu “te encontro lá”).

O começo: amor, arte e ambição

Stevie e Lindsey se conheceram ainda adolescentes, no colégio Menlo-Atherton, na Califórnia. Ela cantava “California Dreamin’” num evento escolar, e ele a acompanhava no violão. Algum tempo depois, eles formaram a banda Fritz, que abriu shows para grandes nomes como Janis Joplin e Jefferson Airplane. A amizade virou romance, e os dois passaram a se apresentar como dupla: Buckingham Nicks.

O álbum homônimo de 1973 não teve sucesso comercial, mas chamou a atenção de Mick Fleetwood, que convidou ambos para entrar no Fleetwood Mac. A entrada de Stevie e Lindsey transformaria para sempre o destino da banda britânica — e daria início a um dos capítulos mais intensos da história do rock.

“Rumours” e o colapso da relação

Quando Rumours foi gravado, em 1976, Stevie e Lindsey já tinham terminado o namoro. Mas estavam presos em um ciclo de proximidade criativa e distância emocional. Ele ainda estava magoado com o fim do relacionamento, e ela já havia se envolvido com Mick Fleetwood — algo que só aumentou as tensões.

As músicas escritas durante esse período formaram o coração do álbum. Enquanto Go Your Own Way de Lindsey cuspia amargura e ressentimento, Stevie respondia com Dreams, uma reflexão melancólica sobre seguir em frente. O sucesso de Rumours foi astronômico, mas às custas da sanidade emocional de seus criadores.

Anos 80 e 90: carreiras solo, separações e silêncios

Nos anos seguintes, os dois seguiram juntos na banda, mas cada vez mais distantes. Stevie Nicks se lançou como artista solo em 1981 com o aclamado Bella Donna, o que causou ciúmes e tensões internas com Lindsey. Ela também enfrentava problemas com drogas e passou por internações para tratar o vício em cocaína e depois em calmantes.

Em 1987, durante a turnê do álbum Tango in the Night, a tensão entre os dois explodiu. Stevie e Lindsey discutiram ferozmente, e há relatos de um momento físico agressivo em que ela teria jogado um objeto nele e ele a empurrou contra uma parede. Dias depois, Buckingham deixou o Fleetwood Mac.

Nos anos 90, apesar de colaborações esporádicas, os dois mantiveram uma distância fria. A relação estava esgarçada, e os dois falavam pouco um do outro publicamente.

Reencontros: The Dance e a nostalgia vendável

Em 1997, o Fleetwood Mac original se reuniu para o especial ao vivo The Dance, que reacendeu o interesse do público por Stevie e Lindsey como dupla criativa. O show foi um sucesso, e os olhares trocados entre eles no palco foram analisados à exaustão pelos fãs. Parecia que, pelo menos profissionalmente, havia uma trégua. E dali sugiu a inspiração para Daisy Jones e os Seis.

Mas bastou pouco tempo para as rusgas voltarem. Em 2003, durante a turnê Say You Will, os desentendimentos criativos e pessoais voltaram à tona. Stevie passou a dar entrevistas nas quais chamava Lindsey de controlador, enquanto ele se dizia exasperado com a “pose de diva” dela.

Ainda assim, ambos continuaram a dividir o palco até 2018 — entre farpas, sorrisos e a química artística inegável.

A separação definitiva em 2018 — e acusações públicas

O ponto de ruptura veio em 2018. Pouco antes de uma turnê planejada do Fleetwood Mac, Lindsey Buckingham foi demitido da banda. A razão oficial dada por Mick Fleetwood foi um conflito de agendas. Mas logo ficou claro que Stevie havia dado um ultimato: ela não faria a turnê se ele permanecesse.

Em entrevistas posteriores, Buckingham se disse traído, revelando que jamais imaginou que Nicks realmente o “expulsaria” da banda. Ele sugeriu que ela se ressentia por ele ter se casado (com Kristen Messner, em 2000) e formado uma família. Para Stevie, o comportamento de Lindsey nos bastidores — especialmente durante um discurso de premiação em 2018, no qual ele a teria ridicularizado — foi a gota d’água.

“Chegou um ponto em que eu simplesmente não queria mais estar em um ambiente em que me sentia diminuída e desrespeitada”, disse ela à Rolling Stone.

A morte de Christine McVie e o começo da reconciliação

A morte da tecladista e vocalista Christine McVie, em novembro de 2022, abalou profundamente o núcleo do Fleetwood Mac. Stevie Nicks publicou uma carta comovente, chamando Christine de sua “melhor amiga musical” e afirmando que nada voltaria a ser o mesmo.

Foi também nesse período que Lindsey escreveu um tributo emocionado, expressando profunda tristeza — e talvez culpa. Com a perda de Christine, a ficha parece ter caído para Stevie e Lindsey: o tempo estava passando, e as mágoas talvez não valessem tanto.

Fontes próximas à banda revelaram que Stevie enviou uma mensagem pessoal para Lindsey pela primeira vez em anos, agradecendo por suas palavras sobre Christine. Ele respondeu com gentileza, e a conversa evoluiu. A reconciliação, ainda que silenciosa, estava em andamento.

2024–2025: um novo começo?

Em maio de 2024, surgiram rumores de que os dois estavam novamente em contato próximo. Lindsey apareceu discretamente em um show solo de Stevie em Los Angeles. Não subiu ao palco, mas os dois foram vistos conversando no camarim, e uma foto dos dois sorrindo juntos foi divulgada nas redes.

Em abril de 2025, Stevie fez uma revelação surpreendente durante uma entrevista para a Variety: “Eu e Lindsey conversamos toda semana agora. Rimos de coisas que antes nos faziam chorar. Acho que finalmente encontramos a paz.”

Lindsey, por sua vez, publicou recentemente em sua conta do Instagram uma foto antiga dos dois em estúdio com a legenda: “Algumas conexões são eternas, mesmo quando atravessam tempestades.”

O que vem a seguir?

A pergunta que todos os fãs se fazem agora é: será que veremos Stevie Nicks e Lindsey Buckingham juntos no palco mais uma vez? Ainda não há planos confirmados de colaboração, mas a porta parece aberta.

Mais do que um possível reencontro musical, a reconciliação entre os dois representa um raro exemplo de perdão verdadeiro — e tardio. Eles não voltarão a ser o casal que um dia foram, mas talvez sejam agora algo mais profundo: duas almas que sobreviveram ao caos que criaram juntos.

Um ciclo que finalmente se fecha

A relação entre Stevie Nicks e Lindsey Buckingham é quase mítica. Inspirou algumas das maiores músicas da história do rock, moldou álbuns clássicos como Rumours e Tusk, e fascinou gerações com sua mistura de amor, ressentimento, genialidade e dor.

Agora, com décadas de história, perdas e amadurecimento às costas, os dois parecem ter deixado as armas de lado. Talvez, no fim das contas, o maior legado de Stevie e Lindsey não seja apenas musical, mas emocional: a prova de que até mesmo as feridas mais antigas podem cicatrizar — com tempo, empatia e, quem diria, uma boa dose de rock and roll.


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