O centenário de Lana Turner

Mesmo se não fosse por sua vida pessoal, com cinco casamentos e um assassinato, Lana Turner seria sempre um dos maiores ícones do cinema. A jovem Judy Turner, que mudou o nome para “Lana” para dar um charme, foi um dos maiores símbolos sexuais de Hollywood e uma atriz reconhecida com indicação ao Oscar. No dia 08 de fevereiro marcou o centenário de seu nascimento, mas, com tanta coisa acontecendo, quase passou batido.

Como muitos talentos de sua geração, Lana foi descoberta “ao acaso”, ainda adolescente, quando um “descobridor de talentos” (existia isso na época) a viu em uma lanchonete perto de sua escola, em Los Angeles. Ele precisava de uma jovem que fosse inocente e sexy para uma pequena cena em que SPOILER ALERT seria assassinada no filme Esquecer, Nunca, de Mervyn LeRoy. Nascia uma lenda.

Com um contrato assinado na MGM, Lana foi moldada para ser uma estrela. Os cabelos escuros foram pintados de loiro, ela teve aulas de etiqueta, dança, canto e de pequenas participações em pequenas participações, foi ganhando espaço. Com apenas 19 anos, já fazendo sucesso e aparecendo nas capas de revistas, se casou pela primeira vez, com o músico Artie Shaw. Durou pouco. Com as ascensão na sua carreira, Lana passou a ser uma figura frequente nos lugares da moda de Hollywood e nas colunas de fofoca.

O maior escândalo de sua vida não foi ser acusada de ter tido um caso com Clark Gable, provocando Carole Lombard a tentar voltar correndo para casa (e morrer em um acidente de avião no caminho) ou ter aparecido – literalmente – no meio de numa briga física entre Frank Sinatra e Ava Gardner, mas sim quando sua filha, Cheryl Crane, matou seu namorado Johnny Stompanato com uma facada, em casa. Mesmo com a confissão de Cheryl, por muitos anos pairaram a dúvida sobre as circunstâncias da morte, uma vez que Stompanato era um gângster conhecido por bater em Lana em diversas ocasiões. A versão de que Lana era a assassina, usando a filha menor de idade para escapar da prisão nunca foi completamente enterrada ou esquecida.

Lana era boa atriz e protagonizou alguns clássicos como O Médico e o Monstro, Os Três Mosqueteiros, Imitação da Vida ou O Destino Bateu em Sua Porta, são apenas alguns deles. Assim como muitas estrelas de sua época, lutou contra o alcoolismo e perdeu espaço nas telas conforme foi envelhecendo. Sua autobiografia, escrita em 1983, é uma delícia de se ler.


Por conta do vício do cigarro, Lana acabou desenvolvendo um câncer na garganta que, mesmo tratado e quase curado, acabou por provocar sua morte, em 1995. A importância de Lana Turner na cultura pop a fez ser uma das citadas por Madonna em Vogue e a inspiração para o nome artístico de Lana Del Rey. Um centenário importante e registrado com carinho.

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