O Oscar 2022 terá regras flexíveis mais um ano, com janelas curtas em salas de exibição e muitos, se não todos, os filmes disponíveis via streaming. Apenas no próximo ano, dependendo de variantes da COVID-19 é que saberemos se as salas de cinema, já abertas, vão recuperar o domínio de lançamentos.
Os indicados serão anunciados no início de fevereiro, dia 08 e a cerimônia, no dia 27 de março de2022.
Portanto, a dois meses das indicações, as campanhas serão intensificadas, com alguns potenciais nomes já ganhando força como “favoritos”.
Usando como base a opinião da Variety, aqui vão meus pitacos.
Melhor Ator: corrida ainda em aberto
Serão apenas cinco nomes nessa categoria, como o usual, e concordo com a revista, que aposta em Andrew Garfield, Benedict Cumberbatch, Bradley Cooper, Will Smith e Denzel Washington. Andrew, por Tick Tick Boom e Benedict, por The Power of the Dog, estão praticamente assegurados. Will Smith, na biopic sobre o pai das tenistas e irmãs Williams, King Richard, vem ganhando não apenas elogios como os rumores de “chegou sua hora”.


Bradley Cooper está virando o Leonardo DiCaprio da vez, não o vejo levando ainda (falando nele, seu nome não é decartado). Denzel, que já tem dois Oscars em casa, até poderia ter chance de levar o terceiro, não fosse o filme The Tragedy of MacBeth um clássico do teatro filmado em preto e branco e um filme de Arte. Bradley está sedo dirigido por Guillermo Del Toro e Denzel, por Joel Cohen, diretores renomados que reforçam as chances, mas suspeito que ainda não o suficiente.


Discordo da Variety que coloca outros três queridos da Academia com chances mais reduzidas. A atuação de Joaquin Phoenix como o tio dedicado em C’mon C’mon tem sido nada menos do que enaltecida e Mahershala Ali, por Swan Song, pode fazer história e bater Denzel levando o terceiro Oscar (em menos tempo). A Academia adora colocar recém vencedores concorrendo, eu acho que Joaquin e Mahershala não devem ser descartados nos lugares de Bradley Cooper e Denzel Washington.
E ainda há Adam Driver, que está em mais de um filme importante do ano, em uma ascensão inegável nos últimos anos. House of Gucci pode colocá-lo mais um ano entre os finalistas, mas as chances de ganhar são mais reduzidas.
A meu ver, o vencedor potencial da categoria é Will Smith. Ele é adorado mundialmente e em Hollywood, sua atuação é unânime, é uma história real e, não podemos esquecer, é um grande estúdio (Warner) brigando com as plataformas (Netflix, Apple) e um estúdio menor (Searchlight, o selo independente da ex-Fox, atual Disney)



Melhor Atriz: está quase “fácil” para Kristen Stewart
A categoria das biografias, pelo que parece. Pelo menos três das mais garantidas estão em filmes biográficos e as que estão correndo por fora idem. No entanto, pelo que se desenha, será difícil tirar de Kristen Stewart por uma corajosa e forte atuação em Spencer.


Já vi o filme, mas no Brasil há um embargo para poder comentá-lo então me limito a dizer que não será completamente injusto – é uma atuação digna de elogios – mas Kristen Stewart não tem a versatilidade de Nicole Kidman, por exemplo. Sua sorte é que, entre Princesa Diana e Lucille Ball, Diana deve vencer. Verei Being The Ricardos essa semana, em breve comento mais sobre o filme e Nicole.
Lady Gaga por House of Gucci parece uma aposta segura, assim como Olivia Colman por The Lost Daughter. Penélope Cruz tirou de Kristen o prêmio em Veneza, pelo filme de Mãe Paralelas, mais uma dobradinha com Pedro Almodovar. Temos que ficar de olho.


O que acontece com essa lista da Variety, que não está errada, é a falta da diversidade. Jenniffer Hudson vem como Aretha Franklin em Respect, mesmo tendo perdido um pouco do buzz e Tessa Thompson, por Passing, também poderiam equilibrar a categoria muito branca. Me surpreendo que a revista coloque a nova Rachel Zegler, da refilmagem de West Side Story (verei amanhã!), mas o filme de Steven Spielberg vai chegar forte esse ano.



Os coadjuvantes
Nas categorias de coadjuvantes as brigas estão ainda mais acirradas.
Entre os homens, temos o grande favorito do ano, Ciarán Hinds pelo filme autobiográfico de Kenneth Branagh, Belfast. Vem ganhando tudo. Seu colega de elenco, Jamie Dornan também está entre as apostas (que vingança depois das críticas da trilogia de 50 tons de Cinza!), mas tenho dúvidas. J.K.Simmons, que já venceu antes, estaria por Being The Ricardos e Kodi Smit-McPhee, meu azarão na vitória, assegurado aqui por uma grande atuação em The Power of the Dog. Os críticos americanos acham que Troy Kotsur tem chance por CODA, mas é tradição da categoria premiar atores mais experientes, e Ciarán tem ainda mais estrada. Claro que posso me enganar! E, na falta de diversidade, Robin de Jésus pode emplacar por Tick Tick Boom.


Entre as mulheres, o Oscar 2022 está se encaminhando para fazer história. A franco favorita na categoria é ninguém menos que Rita Moreno, que há 60 anos ganhou seu Oscar de Atriz coadjuvante pelo mesmo filme, West Side Story (em outro papel). Com essa possibilidade, incluindo que é latina e terá 90 anos de vida, é quase impossível tirar dela, “merecendo” ou não.
Kirsten Dunst por The Power of the Dog, Aunjanue Ellis por King Richard, Cate Blanchett por Nighmare Alley e Caitríona Balfe por Belfast são os outros nomes. Caitríona, mais conhecida por Outlander, teria chance não fosse concorrer com história.
Vou postar sobre as outras categorias em seguida. Vamos começar as bolsas de aposta?
3 comentários Adicione o seu