Os 60 anos de Jules e Jim, o clássico do cinema

Em 23 de janeiro de 1962 chegava aos cinemas o filme Jules et Jim, com roteiro e direção de François Truffaut, baseado no livro de mesmo nome assinado por Henri-Pierre Roché. O filme entrou para a história do cinema e fez de Jeanne Moreau uma estrela internacional.

O drama é um dos principais produtos do que veio a ser conhecido como a French new wave, com “filmes de autores” (un conceito estabelecido por Truffaut) que até hoje influencia o Cinema mundial. A história de Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (com um subtítulo totalmente spoiler) se passa durante a 2ª Guerra Mundial e envolve um (inovador na época) triângulo amoroso. Jules e Jim, amigos apesar das diferenças (Jim é um boêmio francês e Jules é um austríaco tímido) se apaixonam por Catherine, que se casa com Jules. Por causa da guerra, os amigos lutam de lados opostos, mas após a Paz, se reencontram.

O catalizador do drama é justamente Catherine, uma mulher moderna, independente e sedutora, vivida brilhantemente por uma premiada Jeanne Moreau. Quando o trio se reúne, Jules confessa a Jim sobre a inconstância de seu casamento. Catherine se envolve com o amigo do marido e em uma atitude surpreendente, Jules aceita o ménage-à-trois para ficar com os dois. Por um tempo, todos vivem felizes e isolados, mas eventualmente Jim decide se separar. Catherine segue com Jules, mas fica obcecada por Jim, com consequências trágicas para todos.

Várias sequências foram e são imitadas até hoje. A mais importante é a do trio correndo a Passerelle de Valmy (entre a Avenue Winston Churchill e Rue Marius Delcher, atualmente com aparência bem diferente da vista no filme), a de Catherine pulando no Sena, no Quai de Montebello, ou os três amantes fazendo bagunça no Louvre.

O livro de Henri-Pierre, lançado em 1953, é semi auto-biográfico e falava de sua relação com o escritor Franz Hessel e sua mulher, Helen Grund e foi descoberto por Truffaut ao acaso. os dois ficaram amigos e o filme foi premiadíssimo. Uma produção de poucos recursos foi essencial para mudar a linguagem do cinema, com ângulos e edição inovadoras na época. A trilha sonora assinada por Georges Delerue, virou clássica também.

Uma curiosidade para os fãs de Emily in Paris, cujo filme Jules e Jim é citado e tem importância na trama: a série comprova como, 60 anos depois, a história e a narrativa do filme são influentes na cultura mundial. Eleito um dos 100 melhores filmes já feitos, 60 anos depois Jules e Jim continua um favorito dos críticos e elogiado, sem meias palavras, como a obra prima de François Truffaut. Não é fácil de achar no streaming ou canais por assinatura, mas vale a tentativa.

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