O grande teste da longevidade da fórmula de Downton Abbey, uma febre há 15 anos, estreou essa semana na HBO Max. Não, ainda não é o segundo longa da série, mas sim The Gilded Age, a nova produção de Julian Fellowes, que sai da aristocracia britânica para mostrar a arrogância da sociedade americana no início do século 19.
Como mencionei no meu post sobre a série, aprecia ainda mais quem leu as obras de Edith Warthon e Henry James, que endereçaram com maestria o drama que a série se propõe a apresentar. Com nomes da Broadway desfilando em papéis de destaque, mas conduzida por Christine Baranksi e Cynthia Nixon no papel das irmãs quatrocentonas, The Gilded Age apresentou um sólido, porém morno, primeiro episódio, introduzindo as famílias, os conflitos e nos deixando na dúvida pelos próximos episódios.


O termo de “gilded age” foi cunhado por Mark Twain, no conto The Gilded Age: A Tale of Today, de 1873, e retrata um período da história americana, na virada do século, onde a burguesia passou a enriquecer e as cidades crescerem. Foi um período onde a imigração cresceu, assim como o uso de carvão, prata e ouro, com as linhas férreas ampliando o transporte pelo país. Nesse contexto,
Os novo-ricos Russells, se mudam para a área de prestígio em Nova York, mas encontram resistência das famílias mais antigas, especialmente das vizinhas, Agnes van Rhijn (Christine Baranski) and Ada Brook (Cynthia Nixon). Bertha Russell (Carrie Coon) é a ambiciosa matriarca que está tentando ganhar prestígio, forçando a mão. A jovem Marian Brook (Louisa Jacobson, filha de Meryl Streep), sobrinha de Agnes e Ada, é a rebelde que se opõe às convenções da época. Sua amiga, Peggy Scott (Denée Benton), sonha em ser escritora e começa a conviver com as pessoas que serão suas personagens.
A separação entre empregados e senhores, que funciona em Downton Abbey, me soou cansativa e estranha dentro do universo de Nova York, onde havia hierarquia, mas menos submissão social. Porém é cedo. Com figurinos estonteantes, o dramalhão nos espera e Fellowes ainda não nos decepcionou em Downton Abbey, a ver como será em Gilded Age. Mesclando pessoas reais com fictícias, por estar se inspirando na fascinante história dos Vanderbilts podemos esperar muito drama!

