O ritmo da série está engrenando, agora que começamos identificar os lados, pelo menos dos “ricos”. Entre os “empregados”, há ainda uma série de mistérios. No terceiro episódio da série, “Dance Conforme a Música”, os Russells confirmaram que estão ali para conduzir a orquestra.
Como antecipamos, Julian Fellowes está mesclando fatos históricos na trama, como citar a construção do Metropolitan Opera House – citando os Vanderbilts, Rockefellers, etc – e até trazendo Clara Barton, a fundadora da Cruz Vermelha, para a trama. Detalhes que apreciamos se conhecemos a história verdadeira por trás da ficção.


A história de Peggy Scott (Denée Benton) tem um dos lados claros: vai nos mostrar o racismo e machismo de uma época em que mulheres jamais poderiam sonhar com independência, muito menos uma mulher de cor. O que ainda não está claro é sua resistência ao apoio familiar e a aversão que tem de seu pai, que vimos pela primeira vez e que a falou o obvio: os sonhos dela estão altos para a sociedade em que vivem.
Do lado dos van Rhijn, também avançamos. Oscar (Blake Ritson) quer se casar com Gladys Russell (Tassia Farmiga), tanto pela fortuna como o que considera sua inocência, o que estaria perfeito para manter as aparências e não forçá-lo a romper com seu amante, John Adams (Claybourne Elder). Lembrando o perfil de Alva Vanderbilt, Bertha Russell (Carrie Coon) já sinalizou que tem planos maiores para a filha. É a confirmação de que veremos Gladys, assim como Consuelo Vanderbilt, tendo que abrir mão do homem que amava para se casar com um nobre estrangeiro pelo título.
Na mansão dos van Rhijn, Agnes (Christine Baranski) segue sendo a matriarca cínica. Ela não se surpreende com a rebeldia – ou inocência – da sobrinha, Marian Brook (Louisa Jacobson) que a essa altura está mais do que impertinente ao se recusar a pelo menos não questionar a tia – ou as mulheres da sociedade – tão abertamente. Agnes suspeita das intenções de Tom Raikes (Thomas Cocquerel) com Marian e a alerta sem rodeios. “Sei identificar os aventureiros e nunca erro”, avisa. E aqui está a semente. Ao se colocar contrária, só ajudou a despertar em Marian a curiosidade. Porém, como vemos, Agnes de fato sabe identificar interesseiros (enquanto nem Marian ou Ada (Cynthia Nixon) chegam perto) ao despachar um antigo namorado da irmã que reapareceu do nada., mas que estava mesmo apenas querendo sua herança. Ou seja, estamos na torcida pelo nosso melhor guia de Nova York, Tom Raikes, que já pediu Marian em casamento, mas há a possibilidade de Agnes estar certa.


Do lado dos Russells, vemos que Gladys está burlando a mãe com a governanta – que ainda quer seduzir George Russell (Morgan Spector) – para encontrar um namorado. Mas vemos também a força, a cumplicidade e a ambição de Bertha e George combinadas. Para vingar a humilhação que a esposa sofreu nos dois primeiros episódios, e ficar ainda mais rico no processo, George foi implacável, agressivo e irredutível. Custou a vida de um dos que ousaram subestimá-los. A ver como será a reação dos outros agora. No concerto de The Gilded Age, a partitura e a regência parece estar com os Russells, algo sobre o qual a Sra Astror (Donna Murphy) ainda parece estar insatisfeita.
O próximo episódio, A Long Ladder (uma escada alta) sugere que ainda veremos a guerra social dos ricos pegando fogo.

