Sua voz – por beleza, pureza ou alcance – jamais teve substituta. Provavelmente não terá. Whitney Houston, que morreu no dia 11 de fevereiro de 2012, aos 48 anos, ficou sob a sombra de sua conturbada vida pessoal. Dez anos depois, já parte do Rock ‘n Roll Hall of Fame, sua memória segue fascinando fãs de várias gerações. Diva em vida e na eternidade.

Vinda de família de músicos profissionais, Whitney era filha da cantora Cissy Houston, prima de Dionne Warwick e afilhada de ninguém menos que Aretha Franklin. Ainda adolescente foi abraçada pelo principal produtor dos anos 1980s, Clive Davis, dono da gravadora Arista, que a “descobriu” e a lançou. Na época, ainda era difícil para artistas negros tocarem em rádios maiores, mas Whitney foi além desse cross, ficando atrás apenas – e talvez – de Michael Jackson.
Críticos dizem que seu repertório era “seguro” demais, que não explorava completamente sua capacidade vocal. Treinada na igreja e corais gospel, a cantora era espetacular em baladas ou canções pop. Quando explodiu, aos 18 anos, foi batendo recordes atrás de recordes, criando oportunidades para que outras a seguissem, como Céline Dion e Mariah Carey. Foi a primeira a ser chamada Pop Diva.
Por sorte, o seu auge ficou registrado no filme O Guarda Costas, que se transformou não apenas em um sucesso de bilheteria como o maior álbum de trilha sonora recordista de vendas. Sim, é nele que Whitney cantou a versão definitiva da canção de de Dolly Parton, I Will Always Love You. O single também bateu recordes e vendeu mais de 12 milhões de cópia ao redor do mundo.
Com o sucesso veio a fortuna e Whitney, que escondia do público sua preferência sexual, o abuso que sofreu em casa e seu uso crescente de drogas, passou uma década brilhando, até que não teve mais controle. Seu casamento com Bobby Brown foi o gatilho para uma relação tóxica: sentimentalmente e literalmente. Sua voz começou a sentir, seu visual, mais envelhecido do que sua idade, também passou a ser impossível de esconder a verdade.



O casal teve uma única filha, Bobbi Christina, e passou a aparecer mais em tabloides que cobriam as noitadas, as brigas e reconciliações dos dois. As gravações começaram a serem reduzidas, assim como as apresentações ao vivo. Whitney chocou o mundo ao admitir abertamente ser dependente química, logo após ter escandalizado no Oscar ao ter agido fora de controle nos ensaios e cancelado sua apresentação no dia da cerimônia. (Céline Dion a substituiu na última hora)
Infelizmente o pior de Whitney também ficou registrado no reality show do marido, Being Bobby Brown, em 2005, onde muitos lamentam ter ultrapassado qualquer dignidade com uma Whitney desbocada, visivelmente drogada e dependente de Bobby como das drogas.
Em 2006 a cantora tentou passar por uma reabilitação e se divorciou no ano seguinte. Seu último álbum, de 2009, I Look At You, vendeu (não como antes), mas a voz estava comprometida. Depois de tentar mais uma vez ficar sóbria, Whitney se preparava para voltar a trabalhar como atriz e ia se apresentar em uma cerimônia do Grammys, quando foi encontrada morta, nua, na banheira de sua suíte, no dia 22 de fevereiro de 2012. Seria uma noite especial – que podemos revisar no documentário sobre Clive Davis na Netflix -, na qual Whitney queria se apresentar para seu mentor. Amigos dizem que estava empenhada em se recuperar, mas se afogou na banheira depois de ter usado remédios e drogas. A morte foi considerada acidental. Apenas um ano depois, Bobbi Christina morreu em condições semelhantes.



Em seu aniversário de morte, Whitney Houston terá mais uma biografia, Young Whitney, com um foco mais positivo. Há vários documentários, o mais controverso foi Whitney: Can I Be Me, do Showtime e que esteve em cartaz na Netflix, falou mais abertamente sobre sua homossexualidade e o abuso sexual que teria sofrido de uma tia, mas a família da cantora, naturalmente, ficou ofendida com o conteúdo, mas é o mais próximo da verdade que foi produzido. O filme saiu do acervo da Netflix em 2020.
Mas ainda tem opções:
O Guarda Costas, na Amazon Prime Video ou HBOMax
Um Anjo em Minha Vida, Starplus
Falando de Amor, Starplus ou Globoplay
Whitney Houston: Para Sempre, Telecine/Globoplay
Remembering Whitney, BIS/Globoplay
Clive Davis: The Soundtrack of our Lives, da Netflix
E, claro, a playlist