
A primeira temporada de The Serpent Queen foi nada menos do que perfeita. Historicamente apurada, grandes interpretações, gravadas nos locais onde os fatos ocorreram, trilha sonora divertida e desconstrutiva, e um ritmo acertado.
A figura de Catarina de Médici entrou para a História como a de uma mulher manipuladora, misteriosa, implacável e poderosa. Sem origem nobre, mas de família rica, foi Rainha da França e depois regente, mas no total passou três décadas comandando uma das mais importantes nações do mundo.


A série nos apresenta Catarina mais velha, já com a alcunha de “Rainha Serpente”, onde nos convida a julgá-la ouvindo sua história desde sua perspectiva pessoal, e se “faríamos diferente”. Obviamente ela nos conduz a simpatizar com sua trajetória, invertendo os papéis de mocinhos e vilões (Diane de Poitiers, Mary, Rainha da Escócia, os Guise, os Bourbons) tudo de uma forma deliciosamente maliciosa. No episódio final da temporada, Catarina astutamente virou o jogo, escanteou os jogadores e literalmente agarrou a Coroa para si, ao perder o marido, o primogênito e ter seu filho de apenas 8 anos, Charles X virando o rei. Como regente, Catarina vai lidar com os conflitos religiosos, a politicagem e as questões de família.


Em um ritmo alucinante e várias viradas, o episódio final foi estonteante, e apenas quem lembra dos fatos ou está prestando atenção consegue acompanhar as trocas de alianças e poder. Para resumir, depois de exilar Diane após a morte do marido, Catarina se viu à mercê de uma religiosamente obcecada Mary, controlada pelos Guise e inimigos do protestantismo. Como estrangeira e plebéia, Catarina não fica muito acima deles, por isso faz alianças perigosas para ganhar controle. No entanto, a saúde frágil do filho a leva mudar de lado no último minuto, em uma estratégia perigosa, mas vencedora.
Em uma cartada, Catarina exilou Mary, tirou o controle tanto dos Guises como dos Bourbons e começa oficialmente seu período como Rainha Regente. Um bote incrível e uma aula de política.
A segunda temporada está confirmada, mas não deve ser liberada antes da metade de 2023, se não for em 2024. Valerá esperar cada segundo!

