Um dos melhores conteúdos de escapismo dos últimos anos é a despretenciosa Emily In Paris, estrelada por Lily Collins desde 2020. Foi essencial para o período da pandemia, no qual pudemos sonhar e revisitar (e descobrir) Paris como sonhamos: linda, limpa, romântica e idealizada. Criada por Darren Star (Sex in the City), a série foi criticada por reforçar estereótipos franceses, ter pouca diversidade e toda cartilha politicamente correta da hora. Mas, assim como Emily Cooper, a americana transferida para França de supetão, superou a negatividade e conquistou seus mais severos críticos. Hoje é um sucesso inegável.


A trama é simples como descrita: a executiva de marketing Emily Cooper, sem falar uma palavra de francês, precisa substituir a chefe dela e lidar com uma crise na filial parisiense. Lá chegando, claro que tem alternativas geniais – descartadas em geral por preconceito – e se mete em confusões profissionais e sentimentais. Os amigos acidentais de Emily são invariavelmente conectados ou milionários, o que nos proporciona não apenas uma Paris dos sonhos, como viagens incríveis pela França. Depois de levar um fora do noivo, Emily embarca em aventuras amorosas inconsequentes até que se apaixona pelo vizinho e chef em ascensão, Gabriel. O problema é que a noiva dele é uma das amigas de Emily.


A segunda temporada explorou mais o triângulo, trouxe um novo amor para Emily, ela foi conquistando sua principal opositora, Sylvie, e uma série de situações inconsequentes que mais serviam para termos um desfilo de moda e lugares bacanas. Sim, porque Emily in Paris segue a fórmula de Sex and The City com uma agenda atualizada de lugares descolados em Paris e uma personagem que só veste marcas caras que jamais teriam condições de comprar. Não importa. Quem quer coerência?
A terceira parte da história traz uma Emily ainda “perdida” em todas as questões menos trabalho (embora em parte a carreira também sofra). Sua positividade contagia e irrita ao mesmo tempo, mas quem não quer algumas horas de sonho que aquilo tudo é possível? Quando tudo parecia estar se alinhando, o roteiro nos deixa de novo em uma encruzilhada e querendo mais? Porque é assim, depois que Emily Cooper entra em nossas vidas queremos mais e mais.
