A trajetória dramática de uma banda de sucesso nos anos 1970s continua bem amarrada em Daisy Jones e os Seis. Com o avanço de mais três episódios, chegamos ao que vai ampliar a distância de almas gêmeas. Sim, contraditório.
A história da série já se afasta da real relação entre Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, mantendo o elemento da dependência química que afetou a relação da cantora não apenas com o guitarrista, mas todos. Daisy (Riley Keough) e Billy (Sam Caflin) são “feitos um para o outro”, se desafiando, se apaixonando e criando lindas canções no processo. Porém Billy, que perdeu sua primeira oportunidade ao tomar o atalho para superar a dor do abandono quando criança – mais uma dor que o aproxima de Daisy e o afasta de sua família – está lutando contra sua natureza, enquanto a cantora se entrega aos vícios.

Os três episódios se concentram na criação do álbum Aurora, que será definitivo para a banda. Os rancores de Camila (Camila Morrone) e Eddie (Josh Whitehouse) também os aproximam, com as sobras, com as frustrações. Enquanto isso, Karen (Suki Waterhouse), nossa Christine McVie da série, quase não apostou no amor de Graham (Will Harrison), mas, embora genuíno, o que ela coloca é muito justo: sua credibilidade como música e mulher pode ir por água abaixo quando virar “a namorada”, e por hora os dois estão protegendo o que têm mantendo o segredo. O sempre positivo Warren (Sebastian Chacon) ainda é o alívio cômico.
Quase Famosos foi mais efetivo para trazer o universo setentista da música para as telas, mas Daisy Jones and The Six não fica muito atrás. A trilha sonora original e inspirada ajuda muito a manter a energia. A próxima fase será ápice e decadência ao mesmo tempo. E sabe de uma coisa? Os viciados já somos nós.
