Daisy Jones e os relacionamentos tóxicos

Avançamos mais na história da série Daisy Jones e os Seis e, para quem não leu o livro, há muito espaço para curiosidades.

A série tem me dado saudades de um dos melhores filmes sobre os bastidores da música, o vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, Quase Famosos. E também o clássico, A Rosa. Isso porque esses filmes traçaram os perfis fictícios de artistas cuja trajetórias foram encurtadas pelo alcoolismo e dependência de drogas, espelhados na banda Led Zeppelin e na cantora Janis Joplin. Embora tenha sido a complexa relação de amor e divórcios do grupo Fleetwood Mac que tenha inspirado o pontapé da trama, o cenário de Los Angeles e as longas estradas de turnê aproximam os conteúdos.

Daisy Jones (Riley Keough) e Billy Dunne (Sam Clafin) se consideram almas gêmeas, mas é o tóxico marido dela, Nicky Fitzpatrick (Gavin Drea) – no livro Niccolo Argento – que aponta a verdade: “Vocês são o espelho um do outro”. Fácil confundir, sem dúvida. Realmente apenas os dois entendem a exata mesma dor do abandono e a liberdade da criação, assim como sabem que o sucesso e fama é a resposta que queriam dar para aqueles que não quiseram ficar com eles. O atalho com bebidas e drogas quase destruíram Billy, e mesmo avisando Daisy não consegue impedir que ela siga o mesmo caminho. O problema de Daisy e Billy é que as similaridades são mais problemáticas para ficarem juntos do que o oposto.

É onde entra o “doce” e “compreensivo” Nicky, um manipulador tóxico e perigoso, um predador emocional. Daisy o encontra em um momento de vazio, de isolamento e de frustração e ele alimenta os atalhos emocionais, a fazendo confundir o domínio psicológico como amor incondicional. Primeiro ele a isola na Grécia, onde se conhecem e se casam em um mês. Em seguida a afasta da melhor amiga, Simone. Quando está com a banda, ele acelera o consumo de drogas por parte dela e alimenta a animosidade contra Billy. Deixar Daisy em uma quase overdose talvez mude a perspectiva dela sobre sua nobreza de espírito. (Falaremos mais das mudanças do livro em outro post).

O fato é que funciona e a série está maravilhosa. Ela complementa bastante A Rosa e Quase Famosos, em especial quando no caso do último, tem uma matéria da Rolling Stone que causa problemas entre os músicos. É que em Quase Famosos o próprio repórter, Cameron Crowe, transformou sua vivência em um conto fictício de rock ‘n roll, tendo como musa uma groupie, Penny Lane (Kate Hudson). Penny tem tanto a ver com Daisy como Billy é um paralelo de Russell Hammond (Billy Crudup). Sabemos para onde todos estão indo, e a viagem? Tem sido mágica.

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