A emoção da conclusão de Daisy Jones e The Six (sem spoilers)

Contar a ascensão e queda de artistas no universo da música não é novidade e nem sempre é fácil ser realista ou emocionante. Ainda mais se tratando de uma banda fictícia. A óbvia comparação com Quase Famosos é inevitável e uma das opções positivas dos dois conteúdos ficou na escolha da música original. No entanto, no caso de Daisy Jones e The Six, o álbum Aurora é crucial para o storytelling, afinal é a história da gravação dele, de suas canções e letras assim como a turnê que fazem a mítica da banda imaginada por Taylor Jenkins Reid, inspirada nos bastidores da banda Fleetwood Mac e o álbum Rumours.

Com a conclusão da série, vamos falar do 10º episódio e do conjunto da obra, uma das melhores de 2023, sem decepcionar em nada a expectativa dos leitores. Redonda do início ao fim, Daisy Jones e The Six fez de Riley Keough uma estrela e elevou a popularidade de Sam Clafin como principal. A química entre os dois, assim como o carisma de ambos ao lidar com sensibilidade temas tão delicados como alcoolismo, dependência química, insegurança, remorso e poder de decisão foram essenciais para o sucesso da série. Em dois minutos acreditamos que eles “eram” Daisy e Billy, duas almas quebradas e perdidas, que se encontravam na música.

A torcida pela história de amor dos dois foi também bem construída. Não há vilões, não há vítimas mas circunstâncias dolorosas e reais. O formato de documentário fake (para quem não leu o livro), traz uma virada tão importante nos últimos minutos do episódio final que as lágrimas serão inevitáveis. Assim como pode ter parecido até o penúltimo episódio que os músicos teriam como superar os conflitos internos para continuarem juntos, mas faz sentido quando escolhem outro caminho. Em resumo: ótimo roteiro, amarrado, delicado e emocionante.

Estou tentando arduamente evitar os spoilers porque – de novo – para não leitores a surpresa é importante. A história de Daisy Jones e Billy Dunne nasceu na imaginação de Taylor quando ela se emocionou com o profundo amor entre Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, que embora esteja longe do saudável, existiu e existe. Com a liberdade artística, Billy e Daisy (mesmo com os problemas das drogas e bebida), são mais “saudáveis” porque vamos combinar que o amor-e-ódio de Stevie e Lindsey, que muitos alegam ser marketing, é algo que está longe de ser psicologicamente recomendável, e o casal da série tem menos problemas entre eles. Até porquê é incrivelmente uma profunda história de amor de duas pessoas que mal se beijam, toda relação física e amorosa entre eles está na música.

Considerando então que a proposta não era falar de música, mas de AMOR, Daisy Jones e os Seis alcança o objetivo com louvor. O amor que uniu Simone Jackson (Nabiyah Be) e Bernie (Ayesha Harris) – inspirado na vida de Whitney Houston – ou o amor que uniu a banda, os casais dentro dela, o amor de amizades genuínas, todos os sentimentos que levam para as decisões finais de cada um deles.

O uso da trilha sonora foi perfeito também, com canções lindas, fáceis de memorizar. Look At Us Now, o primeiro single do álbum Aurora, teve inserções perfeitas, mesmo que clichês. Quando ela volta, é fechando o ciclo e ganha naturalmente outra perspectiva.

Se abrimos Daisy Jones e os Seis com o clássico de Patti Smith, Dancing Barefoot, ficou ainda mais emocionante fechar com Rolling Stones e Shine a Light. Outro post!

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2 comentários Adicione o seu

  1. LUCIENNE DO NASCIMENTO FERNANDES CORREIA disse:

    Sei q a Riley não quer associar o sobrenome Presley a ela,mas , vamos lá, não custa nada falar q o avô dela é o Elvis Presley e talento tá na genética. Parabéns,pra ela, grande atriz!

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    1. Talvez até então sentisse que teria muito peso? A atriz BRASILEIRA que faz a Simone é filha do Jimmy Cliff e também não usa o sobrenome do pai! Mas sim Riley agora é uma estrela

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