IA: Na Rio2C o recado é “abrace, não tema”

Em tempos de fusões, menos empregos, menos valorização do Diploma e tecnologia reduzindo custos e braços para realizar trabalhos “tradicionais”, as discussões sobre Inteligência Artificial, sem surpresa, ganharam destaque no maior mercado de criatividade da América Latina, o Rio2C. Presente em pelo menos dois painéis por dia, a IA foi abraçada por especialistas, que recomendam calma e confiança diante das possibilidades de mercado, em especial com o “temido” ChatGPT. “Vocabulário é fácil, a questão é quando se trata de semântica”, disse Fábio Gandour, Cientista-chefe do laboratório da IBM Research Division, com uma simples recomendação para “desafiar” os apps de IA: “Faça uma pergunta cuja resposta demande ambiguidade. Do tipo: ‘As galinhas estão prontas para comer. Quem vai comer quem?”, provocou. “A resposta depende de contexto: se for na roça e disser que as galinhas estão prontas elas foram assadas [risos]. Ou estão prontas para serem alimentadas? A resposta vai provar se essa inteligência artificial está de fato, funcionando”, garante.

Um dos pontos comuns que todos ressaltam é que o uso da IA, que já fazemos em atividades cotidianas, pode estar mais claro, mas que não ameaça uma realidade distopica onde a consciência supera a humana. Isso porque os dados usados pelo equipamento dependem de input e definições vindas de humanos. “A dúvida se as máquinas vão ser conscientes ou não, gera ansiedade porque nossa visão é de que somos o centro de tudo, né?”, ele continua. “Mas é importante lembrar que Inteligência Artificial é uma ferramenta de apoio que demanda bom senso. Máquinas serão eficientes para resolver partes robotizadas, não serão autoconscientes. Nós é que teremos que deixar de ser máquina para exercer a nossa autoconsciência e nossa capacidade de interpretação”, opina.

Se a tecnologia não preocupa, a regulação já se torna mais sensível. “O que acontece é que quando as pessoas têm medo, regulam demais, mas sem a regulação você não tem inovação, né? Então é importantíssimo ter uma certa regulação, para ter segurança jurídica para usar a ferramenta. Por exemplo, vou criar uma imagem, mas como é que fica a questão da propriedade intelectual? O problema do regulador é que ele é um político no geral, então é necessário que os usuários olhem os detalhes” disse Luiz Franca, da Fabric Systems. Para ele, há mais risco quando as pessoas que ajudam a imputar os dados são de culturas diferentes. “Por exemplo, se as pessoas que um algoritmo nesse pode colocar o um rótulo em você que não é correto”, diz.

E como vencer o medo? “É fundamental que a gente seja realmente um ator. Veja essas tecnologias como ferramenta”, sugere o especialista em transformação digital, Fernando Martins. “Se vamos perder o emprego não é porque tem inteligência oficial, mas por causa do processo de automação simples. Talvez seja um processo evolutivo, mas a gente vai se adaptando”, opinou.

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