AIsis, a IA cantando como Oasis. É bom?

Sim, a banda tributo AIsis tem um bom álbum dedicado ao grupo Oasis. E a confusão começa: como a Inteligência Artificial pode compor música? Calma, ainda não estamos lá (e mesmo que filmes como Amores Eletrônicos tenham sugerido o caminho já em 1984).

Tudo nasceu do conflito familiar entre os irmãos Liam e Noel Gallagher, que só rivaliza a briga dos príncipes William e Harry no imaginário popular. Enquanto a monarquia gera divisões, a música do Oasis tem um séquito fiel que lamenta o fim do reinado da banda no rock britânico. Claro que a Inteligência Artificial foi uma alternativa que os mais apaixonados resolveram testar para terminar o jejum de 14 anos. Assim nasceu a AIsis, a alternativa tecnológica para o Oasis.

The Lost Tapes Volume One foi lançado como “um álbum perdido” da banda original, com um suposto material escrito entre 1997 e 2000, oito canções exatamente no estilo do grupo usando tecnologia para imaginar como poderia ter sido se eles não tivessem rompido. E se você não tivesse sido alertado, não imaginaria ser um material “falso”. Ou meio falso. A voz é artificial, mas as canções tem autores reais e não são os irmãos Gallagher.

Bobby Geraghty, cantor e compositor, fã do Oasis, está à frente do projeto AIsis. Segundo ele explicou ao The Guardian, por estar cansado da briga familiar que se arrasta publicamente, decidiu usar IA para modelar a voz marcante de Liam e imaginar um repertório de canções inéditas, todas originalmente escritas para a banda Breezer, que tem a participação do guitarrista Chris Woodgates. Os dois cortaram várias gravações a cappella de Liam para treinar a IA e substituir a voz de Chris. As composições são próprias, no estilo da banda original, usando o que conseguiram com a tecnologia. Mais do que uma banda de cover, com The Lost Tapes Volume One, a AIsis tem um ótimo álbum conceitual de 33 minutos e se posiciona como uma Banda Tributo.

A reação positiva que a AIsis tem alcançado gerou a insegurança natural da intervenção tecnológica. Como a banda não usou ‘fake news’ para enganar ninguém, o questionamento entre tributo e abuso perdeu um pouco de fôlego. O uso da voz de Liam é o que surpreende, e como fica judicialmente a questão é bom para acompanhar. Segundo Bobby, a voz pode ser recriada artificialmente, mas as composições ainda dependem 100% do input criativo humano. “A IA ainda é muito controlada pelo usuário. Você precisa alimentá-lo exatamente com o que ele precisa para se replicar. Não acho que seja o ponto em que a IA poderia escrever uma música. Embora, tendo dito isso, muitas pessoas tenham perguntado se a música foi gerada por IA, o que não é”, ele explicou ao Guardian.

Muitos gostaram da iniciativa para, digamos, ressuscitar outros artistas – inclusive já mortos – para ouvi-los cantando algo novo. No caso do Oasis, Liam e Noel aparentemente ensaiam uma reconciliação. Se sair das redes sociais para o mundo real, AIsis ainda terá sua importância. No momento, diverte!

Ouça o AIsis aqui

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